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Petrobras: Beneficiamos a sociedade brasileira ao demorar um pouco para a subida de preços, diz diretor
O diretor de exploração e produção da Petrobras, Fernando Borges, confirmou na manhã de hoje que a companhia tem demorado mais a repassar o aumento internacional do barril de petróleo aos preços finais dos combustíveis no país, mas reforçou que a estatal continua a seguir preços de mercado.
“Estamos beneficiando a sociedade brasileira ao repassar mais amiúde redução e demorar um pouco para repassar a subida de preços. Quanto se escutou: ‘cadê a contribuição da Petrobras?’. Na medida do possível, essa contribuição tem sido feita, dentro da ‘banda’ [de preços] com que trabalhamos”, disse em live da agência especializada Epbr.
Borges disse que a companhia considera uma “banda” dentro da qual pode operar para definir os repasses. A métrica leva em conta médias móveis de cotações para definir os reajustes.
“Temos a responsabilidade de conduzir a companhia respeitando o parâmetro de preços de mercado, para não causar perturbações, uma vez que o país depende de importações, e também para não ter prejuízos, considerando que somos uma companhia de capital aberto. Na nossa visão, considerando a banda de variações [de preços] com que trabalhamos, estamos seguindo preços de mercado”, afirmou.
Com a queda do barril de petróleo no mercado internacional, a Petrobras acelerou os cortes nos preços de combustíveis entre julho e setembro, período que coincidiu com a campanha eleitoral. No entanto, nas últimas semanas a commodity voltou a subir no exterior, mas a Petrobras ainda não realizou novos aumentos nos combustíveis. Cálculos da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) nos últimos dias têm mostrado uma defasagem que chega a passar os dois dígitos para gasolina e diesel.
O diretor da Petrobras disse que existe uma volatilidade muito alta no barril no mercado internacional no momento, mas reforçou que os preços atuais da empresa estão “muito próximos aos do mercado”. “A paridade de preços fala muito com a logística para internalizar produtos importados. O volume e a escala contam muito. A Abicom tem a visão dela da defasagem e nós temos uma visão distinta”, afirmou.
Borges disse ainda que considera que as dificuldades que a estatal teve em vender as refinarias que estão no processo de desinvestimento nos últimos anos está relacionada à falta de uma “visão sedimentada” no país de que os preços de combustíveis não serão controlados pelo governo.
“Quem investe num ativo de refino tem um prazo de dez, quinze anos. Nesse governo, este ano, temos isso [preços de mercado], mas no próximo ano podemos ter uma política diferente. É impossível fazer um investimento numa unidade de refino num tempo menor do que dez anos”, disse.
Em relação a novos investimentos, o executivo confirmou que a companhia estuda desenvolver um gasoduto para as descobertas de gás realizada na Bacia de Sergipe-Alagoas. Além disso, disse que a descoberta de Pão de Açúcar (BM-C-33), no qual é sócia da Equinor, também deve ter um gasoduto próprio, que vai ligar a área na Bacia de Campos ao Terminal de Cabiúnas, em Macaé (RJ). O volume projetado para o gasoduto de Pão de Açúcar é de 13 milhões de metros cúbicos por dia.
Borges também confirmou que o gasoduto Rota 3, que vai ligar o pré-sal da Bacia de Santos ao Polo Gaslub, em Itaboraí (RJ), deve entrar em operação apenas em 2024. O projeto está atrasado e aguarda a contratação, em curso, de uma nova empresa para finalizar a unidade de processamento de gás natural (UPGN) ligada ao duto, depois que a primeira contratada rescindiu o acordo com a Petrobras.
A respeito da área de exploração, Borges destacou que a companhia olha para a região da Margem Equatorial como uma solução para evitar o declínio da produção. “Hoje olhamos os projetos que vão entregar petróleo a partir de 2030 e é por isso que estamos olhando para a Margem Equatorial”, disse.
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