Petróleo fecha em queda com temores sobre desaceleração econômica
Brent chegou a perder a marca de US$ 100
Os contratos futuros do petróleo fecharam a sessão desta segunda-feira em queda, pressionados por dados industriais fracos na China, Estados Unidos e Europa, que alimentam os temores sobre a demanda global pela commodity.
O contrato do petróleo Brent para outubro – a referência global da commodity – fechou a sessão em queda de 3,78%, a US$ 100,03 por barril, enquanto o do WTI americano para setembro recuou 4,79%, a US$ 93,89 por barril. O índice dólar DXY, que normalmente tem correlação negativa com a commodity, operava em queda de 0,42%, a 105,459 pontos, por volta do horário de fechamento do petróleo.
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Os temores relacionados à desaceleração econômica global – e o que ela significa para a demanda por petróleo – prejudicaram os preços da commodity hoje, após uma leva de indicadores industriais apontarem uma desaceleração do crescimento da atividade do setor nos EUA e na China, além de uma contração na Europa.
Os preços, que já operavam no vermelho desde o começo do dia, pioraram o sinal depois que o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor industrial americano indicou queda para 52,8 pontos em julho, de 53,0 pontos no mês anterior, de acordo com dados do ISM. Apesar da queda, o indicador permaneceu acima da marca dos 50 pontos, que indica expansão da atividade. O PMI industrial do S&P Global, por sua vez, caiu a 52,2 pontos em julho, de 52,7 pontos da leitura anterior, e ficou em linha com as expectativas.
Na China, que é o segundo maior importador líquido da commodity no mundo, a atividade industrial também se manteve em expansão, mas recuou de 51,7 para 50,4 pontos, indicando forte desaceleração do setor, e os analistas esperam mais fraqueza nos próximos meses. Já o PMI industrial da zona do euro caiu a 49,8 pontos em julho, de 52,1 da leitura de julho, com o recuo abaixo da marca dos 50 pontos indicando que a atividade industrial no continente sofreu contração no mês.
“A China já estava remando contra a corrente em relação à sua meta de crescimento para este ano, e o fato de que a atividade industrial está desacelerando não é um bom sinal”, disse Craig Erlam, analista da Oanda, em nota.
Os investidores seguem à espera, agora, da reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) desta semana, que deve marcará o fim dos cortes de produção do cartel. A Opep vem revertendo gradativamente o acordo de corte de produção de 9 milhões de barris diários de petróleo, estabelecido após a crise de demanda gerada pela pandemia em 2020. O fim dos cortes também marca, tecnicamente, o fim da aliança entre a Opep e um grupo de aliados liderado pela Rússia, mas analistas esperam que o grupo, conhecido como Opep+, continue.