Petróleo cai com medo de recessão; dólar no exterior opera no maior patamar em quase 20 anos

O barril do Brent, a referência global da commodity, operava na faixa de US$ 97

Foto: Divulgação/Prio
Foto: Divulgação/Prio

Os contratos futuros do petróleo operam em território negativo nesta quinta-feira, com os temores de uma recessão econômica e preocupações relacionadas a demanda da commodity afetando os preços.

Perto das 7h40, o contrato do petróleo Brent para setembro – a referência global da commodity – operava em queda de 1,93%, a US$ 97,64 por barril, enquanto o do WTI americano para agosto tinha retração de 2,73%, a US$ 93,67 por barril. O índice dólar DXY, que normalmente tem correlação negativa com os preços do petróleo, avança 0,55%, a 108,55 pontos.

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Atualmente, as preocupações com a menor demanda estão ajudando a manter os preços abaixo de US$ 100 o barril, afirma Stephen Innes, sócio-gerente da SPI Asset Management. “Preocupações com uma desaceleração da demanda devido a uma possível recessão quase destruíram os ganhos vistos após a invasão da Rússia, quando o petróleo foi negociado acima de US$ 130 o barril”, acrescentou.

“À medida que a narrativa de falta de demanda se desenvolve no contexto da oferta recebida (dos Emirados Árabes Unidos e da Arábia Saudita), sem dúvida colocará a tese de alta continua do mercado de petróleo à prova de estresse”, finaliza Innes.

Ontem, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) mostrou um avanço de 9,1% na sua base anual, a expectativa de economistas consultados pelo “The Wall Street Journal” era de um aumento de 8,8%. A alta acima do esperado dos preços reforça os temores de que o Federal Reserve (Fed) será obrigado a elevar os juros rapidamente, prejudicando ainda mais a economia, em meio aos temores crescentes de uma recessão nos EUA.

Já a Agência Internacional de Energia (AIE) cortou sua previsão de demanda de petróleo para 2022 em 240.000 barris por dia para 99,2 milhões de barris diários. A demanda em 2023 foi prevista em queda de 280.000 barris diários a 101,32 milhões de barris por dia, informou a agência.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deve desembarcar na Arábia Saudita nesta semana para participar de uma reunião com as autoridades do país árabe na cidade de Jeddah, no Mar Vermelho. Biden deve apelar aos sauditas para que aumentem a produção de petróleo, mas o país já sinalizou que não deve aumentar o seu ritmo de produção.

Dólar estende rali

O dólar opera mais uma sessão com ganhos no exterior, apesar de ter apresentado alguma fraqueza na última sessão, após a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, referente ao mês de junho. O indicador veio mais forte que o esperado, assustando o investidor, o que acabou penalizando a moeda americana. Mesmo assim, o dólar terminou em leve alta ontem e volta a operar com ganhos nesta sessão.

Às 7h45, o índice DXY, que mede o peso do dólar ante seis moedas de mercados desenvolvidos, operava em alta de 0,57%, a 108,573 pontos, no maior patamar desde outubro de 2002. Já o euro seguia penalizado, caindo 0,10%, a US$ 1,0024, enquanto a libra recuava 0,12%, a US$ 1,1848. O dólar americano subia com consistência ante a moeda japonesa, em alta de 0,94%, a 138,916 ienes.

Como apontou Jim Reid, estrategista do Deutsche Bank, em nota pela manhã, após a divulgação do CPI americano ontem, a perspectiva de um aperto mais agressivo do Fed fez com que o euro alcançasse à paridade em relação ao dólar, atingindo uma baixa intradiária de US$ 0,9998. “Para ser justo, o relatório do CPI foi apenas o catalisador para o movimento final para baixo, já que o declínio do euro vinha se acumulando há algum tempo, principalmente com a ameaça de um corte de gás russo se aproximando.” Segundo Reid, o enfraquecimento significativo nas últimas semanas aumentará as pressões inflacionárias.

Na sessão de hoje, o dólar segue forte ante a maioria das moedas de mercados emergentes, subindo no horário acima 0,44% ante a lira turca, 0,66% ante o rand sul-africano e 0,34% ante o peso mexicano. Na ponta das perdas, o dólar recua 0,17% ante o rublo russo e cai 0,57% ante o forint da Hungria.

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