Os preços do petróleo não param de subir. Estão em disparada, de novo, assombrando as economias e alimentando a inflação com a pressão que a cotação internacional da commodity exerce sobre o preço dos combustíveis, como gasolina, diesel e gás de cozinha.
Em 2021, o petróleo subiu mais de 60%. Só em janeiro deste ano, o barril de óleo cru subiu mais de 15%, com o preço superando US$ 90 pela primeira vez em mais de sete anos.
Nesta semana, a matéria-prima completa a sétima em alta em meio a tensões geopolíticas e a maior demanda no Hemisfério Norte por causa do inverno.
Os temores de uma invasão da Ucrânia pela Rússia cresceram e estão entre os motivos da alta do petróleo, mas há outras razões.
A pandemia depreciou os preços da energia em geral em 2020, com a cotação do petróleo nos EUA tendo chegado a um valor negativo pela primeira vez por causa da demanda reprimida pelo lockdown imposto pela contenção da pandemia em vários países.
No entanto, os preços da matéria-prima dos combustíveis se recuperaram rapidamente e dispararam com a retomada das atividades econômicas e a maior demanda energética sem estoques suficientes.
Companhias de petróleo do Ocidente, em boa parte sob pressão de investidores e ativistas ambientais, estão produzindo menos do que antes da pandemia.
Executivos do setor dizem que estão tentando não cometer o mesmo erro que fizeram no passado quando produziram demais quando o preço do barril estava alto e os estoques acabaram derrubando a cotação.
Além disso, a produção foi limitada nos últimos meses em países como Equador, Cazaquistão e Líbia devido a desastres naturais e turbulências políticas.
Enquanto a oferta é limitada, no lado da demanda grande parte do mundo está aprendendo a lidar com o coronavírus. Com o avanço da vacinação, as pessoas estão ansiosas para fazer compras e viajar. E as preocupações sanitárias tornaram o carro mais atraente que o transporte público.
Mas o fator mais crítico para a alta do petróleo é geopolítico. Uma potencial invasão da Ucrânia pela Rússia, uma das maiores produtoras de petróleo e gás do mundo, tem mantido esse mercado “no limite”, segundo Ben Cahill, membro sênior do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais em Washington. “Qualquer perturbação significativa pode levar os preços bem acima de US$ 100 por barril”, escreveu em um relatório recente.