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Bradesco sobe projeção do PIB do Brasil em 2023 de 2,1% para 2,7%
O Bradesco divulgou relatório nesta terça-feira (5) com novas estimativas para o cenário macroecômico. Entre as principais revisões, o banco elevou as projeções do PIB do Brasil em 2023 e 2024.
A expectativa de crescimento da economia do país neste ano passou de 2,1% para 2,7%. Já no ano que vem, a previsão de expansão da atividade passou de 1,5% para 2%.
“O PIB do segundo trimestre surpreendeu novamente. Diante da expectativa de uma expansão de 0,5%, as surpresas vieram, essencialmente, de uma melhor performance da agropecuária e do consumo das famílias. No primeiro caso, a safra agrícola recorde e os efeitos de espalhamento da renda do setor ajudam a contar a história”, diz o documento assinado por Fernando Honorato Barbosa, economista-chefe do Bradesco.
“No segundo, a elevação do salário mínimo, os estímulos dados à compra de automóveis, a correção da tabela do IRPF e elevação dos salários dos servidores em um ambiente de forte desinflação explicam a surpresa. Nos investimentos, apesar de certa estabilidade, parece haver alguma resiliência, especialmente quando considerado o elevado nível de juro real dos últimos 12 meses” acrescenta o texto.
Desemprego mais baixo
Ao subir a previsão do PIB em 2024 para 2%, o Bradesco destacou no relatório um cenário de desemprego em queda no Brasil. O banco espera que a taxa atinja 8,3% no fim de 2023 e permaneça praticamente estável ao longo de 2024 – ante 9% projetados anteriormente.
“O mercado de trabalho tem surpreendido desde meados do ano passando, levando a taxa de desemprego ao menor nível desde 2015 e sem pressionar os salários de forma significativa”, aponta o texto.
“A melhora da estimativa de emprego e da população ocupada deve continuar auxiliando a massa de renda e o consumo das famílias nos próximos trimestres”, prossegue o documento.
O que esperar do IPCA?
No panorama para a inflação oficial brasileira, o Bradesco manteve os prognósticos mesmo com a perspectiva de alta maior do PIB e queda mais acentuada do desemprego.
“O quadro de inflação evoluiu de forma benigna e esperamos que as métricas subjacentes continuem a desacelerar. Fizemos alguns ajustes nas aberturas do IPCA para este ano, incorporando deflação de alimentos e o recente reajuste nos preços de combustíveis, mantendo inalterada a nossa projeção em 4,8%”, explica o banco no relatório.
“Para o próximo ano, o menor desemprego esperado não terá impacto significativo na inflação de serviços, uma vez que não revisamos o hiato do emprego. Dessa forma, a inflação seguirá recuando e encerrará em 3,6%”, acrescenta a instituição financeira.
Até quanto a Selic vai cair?
Por fim, o Bradesco também não alterou suas previsões para a taxa Selic. O banco estima uma queda gradual dos juros básicos da economia nas próximas reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária).
“O Banco Central deverá manter o ritmo de ajuste da política monetária. Em sua última reunião, o BC iniciou o ciclo de cortes com um ajuste de 0,50 ponto percentual, justificado pela melhora da inflação corrente, redução das expectativas de inflação, dos prêmios de risco e desaceleração gradual da atividade econômica”, anota a instituição.
“Tais vetores permanecem majoritariamente válidos e esperamos que a taxa Selic encerre este ano em 11,75% e, o próximo, em 9,25%”, completa o relatório.
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