PIB do 3º tri terá crescimento regional desigual, diz Banco Central
Regiões Norte e Sul registram aumento da atividade econômica, mas Nordeste e Centro-Oeste retrocedem, e Sudeste estabiliza; saiba mais
Na avaliação do Banco Central (BC), indicadores recentes da atividade econômica brasileira mostram continuidade do crescimento no terceiro trimestre deste ano, “embora com desaceleração e mesmo retração em algumas regiões”.
“Novos estímulos decorrentes de medidas governamentais – notadamente o aumento do valor do benefício do Auxílio Brasil e o arrefecimento da inflação, resultante, em grande medida, da redução de tributos sobre combustíveis, energia e serviços de comunicação – são fatores que podem ter influenciado o consumo das famílias no período”, afirmou o BC no boletim regional, divulgado na manhã desta terça-feira (29).
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O PIB do terceiro trimestre será divulgado na próxima quinta-feira, dia 1º de dezembro.
Serviços em alta
Segundo a autoridade monetária, o setor de serviços manteve trajetória de alta, com desempenho ainda mais expressivo no trimestre encerrado em setembro, “em oposição à evolução da indústria e do comércio”.
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Indústria em queda
“A produção industrial recuou, após crescimento nos três trimestres anteriores, enquanto o comércio ampliado registrou o segundo trimestre consecutivo de retração, com queda na maioria dos segmentos. No mercado de trabalho, houve pequena desaceleração na criação de empregos formais, mas a taxa de desocupação continuou em declínio”, ressaltou o documento.
Norte e Sul crescem
Sob a ótica regional, de acordo com o relatório, a atividade econômica cresceu no Norte e no Sul, com elevação de 1,4% e 1,5% no trimestre em relação ao período anterior, respectivamente.
“A atividade econômica do Sul moderou a taxa de expansão na passagem do segundo para o terceiro trimestre – as retrações no volume de vendas do comércio e na produção industrial mitigaram os resultados decorrentes do maior dinamismo na prestação de serviços e do setor agrícola, em função das colheitas do trigo e da segunda safra de milho”, destacou o BC.
Em 12 meses, a região apresentou a menor expansão dentre as regiões, 0,5%, refletindo os “fracos resultados” da indústria e do comércio, além da quebra na safra de soja.
Sudeste estabiliza
No Sudeste, a situação é de estagnação, com crescimento de 0,9%. Na região, houve continuidade do desempenho positivo do setor de serviços, em contraponto ao recuo do comércio.
“Em síntese, o IBCR-SE se manteve estável no trimestre, em relação ao trimestre imediatamente anterior, com os desempenhos de São Paulo (0,7%) e Rio de Janeiro (0,4%) sendo compensados por Espírito Santo (-6,6%) e Minas Gerais (-3,2%)”, ressaltou o boletim. Em 12 meses, a economia da região cresceu 2,3%.
No Norte, o BC destacou “os bons resultados” da indústria extrativa, do setor de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e de alguns segmentos de serviços.
“No Sul, as principais contribuições advieram do setor primário – sobretudo da segunda safra de milho – e de serviços, exceto os prestados às empresas”, pontuou.
Recuo no Nordeste e Centro-Oeste
Entre as cinco regiões do Brasil, o Nordeste e o Centro-Oeste apresentaram queda da atividade econômica no terceiro trimestre deste ano, de 2,1% e 0,7% respectivamente, segundo o boletim regional.
O desempenho do Nordeste foi puxado por queda na indústria de transformação e no comércio, “ainda que, em geral, os serviços tenham se expandido”.
Na região, segundo o documento, “a ocupação segue melhorando tanto no mercado de trabalho formal quanto no informal, com recuperação gradual dos rendimentos”.
A retração do Centro-Oeste foi influenciada por queda na agricultura, no setor de transportes e no comércio, principalmente de veículos e de materiais de construção. “No acumulado de 12 meses, o IBCR-CO [índice de atividade regional] cresceu 4,7%”, pontuou o BC.