População em trabalho informal atinge novo recorde de 39,3 milhões

Empregos sem carteira assinada no setor privado batem recorde

Caged mostra recúo no nível de empregos e é destaque desta terça (Foto: Roberto Moreyra / Agencia O Globo)
Caged mostra recúo no nível de empregos e é destaque desta terça (Foto: Roberto Moreyra / Agencia O Globo)

A população que ocupa um emprego em trabalho informal cresceu 0,5% no trimestre móvel encerrado em agosto, frente ao trimestre imediatamente anterior, e atingiu 39,3 milhões, novo recorde da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua.

Os dados divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, na comparação com igual período de 2021, houve um aumento de 5,6%, ou 2,101 milhões a mais de pessoas.

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Empregos sem carteira assinada

Ao mesmo tempo, a população ocupada total também atingiu novo recorde, de 99 milhões de pessoas, 9,4% a mais que em igual período do ano passado. E o emprego com carteira cresceu 9,4%, para 36 milhões de pessoas, 398 mil novas vagas com carteira assinada criadas no trimestre.

Já o número de postos de empregos criados sem carteira assinada bateu recorde, segundo o IBGE. No setor, o número de vagas desse tipo chegou a 13,2 milhões de pessoas, o maior na série histórica registada desde 2012, representando uma alta de 16% em comparação com o mesmo período de 2021.

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“É o maior [contingente de informais] de toda a série, que está associado também a uma grande massa de trabalhadores. A leitura que a gente pode fazer é que, embora haja indicativos de crescimento da carteira de trabalho, a população informal continua com participação extremamente relevante do crescimento da ocupação”, afirma a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy.

Ela explica que a recuperação do mercado de trabalho se deu baseada principalmente pela informalidade desde o fim de 2020 e até meados de 2021. O setor formal só começou a se recuperar mais para o fim do ano passado.

Informalidade em alta

“O fato de ter crescimento do emprego com carteira não significa que a informalidade parou de crescer. Lá no fim de 2020 a recuperação vinha integralmente da informalidade. A informalidade permanece crescendo, a ritmo menor, mas mantem a trajetória de expansão”, diz.

Parte do crescimento com carteira de trabalho que se observa agora, completa Beringuy, vem do setor público – especialmente segmentos de saúde e educação -, que ainda estava com funcionamento limitado por causa da pandemia no ano passado.

“A gente tem participação maior da atividade do setor público, que contribui para ter um pouco mais de formalidade dentro da ocupação, muito embora a informalidade permaneça em patamares elevadores”, afirma.

Trabalho doméstico

O número de trabalhadores por conta própria manteve-se estável entre o segundo e o terceiro trimestre deste ano, com contingente de 25,9 milhões de brasileiros. Na comparação anual, houve um aumento de 2,4%.

Por fim, no trabalho doméstico, o crescimento registrado pelo IBGE foi de 10,5% em 2022 em relação a 2021, com mais de meio milhão de novos empregos criados na área.

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