As ações da HP fecharam em alta de 14,75% na bolsa de Nova York, cotadas a US$ 40,06, após a gestora Berkshire Hathaway, do bilionário investidor Warren Buffett, alcançar participação acionária de 11% na companhia. Essa é a maior cotação histórica dos papéis da HP.
A gestora de Buffett anunciou, nesta quinta-feira (7), sua participação na fabricante de computadores e impressoras. O percentual está avaliado em pelo menos US$ 4,2 bilhões. A Berkshire já havia montado uma posição de longo prazo na IBM e outra de curto prazo na Oracle, ambas especializadas em softwares empresariais, mas sem grande sucesso.
Já a Apple, que recebeu um aporte da gestora no início de 2016, viu seu valor de mercado aumentar mais de cinco vezes no período. A Apple, agora, representa o maior investimento minoritário da Berkshire.
O volume financeiro da HP no pregão de hoje somou US$ 93,8 milhões, mais de cinco vezes os US$ 17,6 milhões registrados ontem. A cotação dos papéis ficou entre US$ 38,70 e US$ 41,47.
“A Berkshire Hathaway é um dos investidores mais respeitados do mundo e os recebemos como investidores da HP”, disse um porta-voz da HP.
Faz sentido a aposta de Buffett na HP?
Segundo analistas, o investimento de Buffett faz sentido por vários motivos, apesar da marca ter se esvaído da memória de muitos consumidores nos últimos anos.
A gigante dos PCs, sob o comando do CEO Enrique Lores, trabalha para diversificar seus negócios para além de computadores pessoais e impressoras. No último ano e meio com a pandemia, fabricantes de PCs, incluindo HP e Dell, tiveram um aumento da demanda.
A pandemia contribuiu muito para que a HP superasse as previsões de lucro dos analistas para seu primeiro trimestre fiscal, reportado no final de fevereiro. A HP informou que suas vendas de computadores e impressoras comerciais aumentaram 26% e 9%, respectivamente, em relação ao ano anterior.
As vendas de computadores e impressoras comerciais compensaram um desempenho mais fraco de seus produtos para o consumidor final. As vendas de PCs da HP ao consumidor caíram 1%, no primeiro trimestre fiscal, enquanto as vendas de impressoras despencaram 23% no período.
Para o segundo trimestre fiscal, a HP vê o lucro por ação (EPS, na sigla em inglês), uma medida de sua lucratividade, na faixa de US$ 1,02 a US$ 1,08. No entanto, os analistas de mercado estimam que a lucratividade por ação fique na fronteira mais baixa, em US$ 1,02.
Lores, o CEO, começou a acelerar uma estratégia de crescimento por meio de aquisições. A empresa comunicou, no final de março, que compraria a Poly, provedora de soluções de colaboração no local de trabalho, por US$ 3,3 bilhões. Isso ocorreu logo após uma aquisição, em 2021, da fabricante de periféricos para jogos HyperX por US$ 425 milhões.
Diante disso, alguns analistas ponderam que as ações da HP ainda não foram devidamente precificadas. E é aí que pode ter entrado o faro de Buffett para bons negócios. O tempo dirá se a aposta de Buffett na HP renderá frutos, como no caso da Apple, ou se vai fazer água, como nos casos de Oracle e IBM.