Powell reforça que Fed não deve cortar juros nos EUA em março
Fala do presidente do BC americano também elevou a percepção de que queda da taxa pode não ocorrer em maio
O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, voltou a reiterar que um corte na taxa de juros dos Estados Unidos em março “não é o mais provável”.
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“Não é provável que esta comissão (Fomc) atinja o nível de confiança a tempo da reunião de março, que será daqui a sete semanas. Esse não é o mais provável”, disse Powell, em entrevista ao programa 60 Minutes da CBS, gravada na última quinta-feira (1) e divulgada no fim da noite do domingo (4).
Segundo Powell, a maioria dos membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) acredita ser apropriado o início do afrouxamento da política monetária com corte nas taxas de juros ainda neste ano.
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“É certamente o cenário base. Estamos apenas tentando escolher o momento certo, dado o contexto geral”, afirmou o presidente do BC norte-americano, acrescentando que o Fed está avaliando o momento para redução da política restritiva com “cuidado”.
“É uma decisão muito importante”, pontuou.
Questionado sobre a surpresa do mercado financeiro com a manutenção da taxa de juros, Powell afirmou que acompanha o mercado, mas que o objetivo do Fed é cumprir a atribuição dada pelo Congresso de máximo emprego e estabilidade de preços.
“A situação geral, que vemos agora, é de um forte crescimento econômico. Temos um mercado de trabalho saudável, com desemprego historicamente baixo, e temos uma inflação em queda. Há todos os motivos para pensar que [irá] continuar melhorando desde que não haja eventos em todo o mundo que perturbem isso”, avaliou Powell.
Manutenção dos juros por mais tempo
O monitoramento do CME Group mostrava um avanço na possibilidade de manutenção dos juros por mais tempo pelo Fed na manhã desta segunda-feira.
O movimento ocorria após as declarações de Jerome Powell.
Pela manhã, o monitoramento do CME Group mostrava 84,5% de chance de manutenção dos juros pelo Fed na próxima decisão, de 20 de março (de 80% na sexta-feira), na faixa entre 5,25% e 5,50%; e 15,5% de uma redução de 25 pontos-base (de 20% na sexta).
Para a decisão seguinte, de 1º de maio, havia 37,5% de possibilidade de manutenção (de 26,8% na sexta); 53,9% de um corte de 25 pb; e 8,6% de uma redução de 50 pb.
Já para dezembro, o cenário apontado como mais provável (36,5%) é que os juros estejam na faixa entre 4,00% e 4,25% (de 38,1% na sexta); seguido pelo de que estejam entre 4,25% e 4,50% (28,0%, de 22,2% na sexta)); e pelo de que estejam entre 3,75% e 4,00% (20,2%, de 27,7% anteriormente).
Com informações do Estadão Conteúdo