Qual o melhor investimento para 2023?

Renda fixa deve continuar a merecer a atenção dos investidores no ano que se inicia. Entenda o porquê

Ilustração: Marcelo Andreguetti
Ilustração: Marcelo Andreguetti

O ano de 2023 promete ser bastante desafiador para quem investe, seja no ambiente externo e no doméstico também.

Começando por lá fora, o ano deve continuar a ter juros mais altos e por mais tempo do que se esperava; há sinais de desaceleração nos países desenvolvidos (incluindo a China, o principal motor industrial do mundo); para piorar, o conflito entre Rússia e Ucrânia não dá sinais de trégua; e, por fim, a inflação que insiste em permanecer elevada são pontos de atenção que seguem assombrando os investidores mundo afora.

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Por outro lado, por aqui o prognóstico também não é tão positivo. Com o novo governo sendo montado e a transição não vindo como o mercado esperava, as incertezas fiscais têm se intensificado com a sinalização de aumento de gastos com programas sociais direcionando recurso para a economia, o que impacta melhorando a atividade (é o que estamos observando nas expectativas do Focus). Como contrapartida, vemos um impacto forte na inflação, e este deve ser novamente o grande combate travado pelo nosso Banco Central.

Ativos que perdem atratividade

Com todo esse cenário de incertezas no Brasil e no exterior o mercado entende que os ativos de mais risco, como a renda variável e investimentos alternativos, perdem um pouco a atratividade. Isso porque, em ambiente de juros mais altos, os preços tendem a ser mais baixos.

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Além disso, na relação risco e retorno, com uma taxa de juros na casa dos 14%, o retorno exigido pelo investidor para pagar o risco e compensar essa taxa seria muito alta, o que acaba não acontecendo na prática. Ou seja, isso é o que chamamos de custo de oportunidade. O que estou deixando na mesa para correr risco.

Com tudo isso em mente, voltamos à pergunta inicial: em que, afinal, investir em um ano que tem tudo para ser desafiador para os investidores? Dificilmente podemos cravar o melhor investimento, pois dependeria de algumas variáveis, tais como, perfil do investidor, horizonte de investimento e objetivo. Mas o que é possível traçar é a melhor classe para se estar investido.

Queridinha dos investidores

Com os preços atuais, sem dúvida nenhuma é a Renda Fixa, a queridinha dos investidores brasileiros, que hoje paga mais do que o 1% ao mês.

Pensando em taxas acimas de 13% ao ano, nos próximos 5 anos ou mais, entendemos que há espaço para esses juros voltarem para patamares mais condizentes ao esperado para inflação e uma taxa de equilíbrio dos preços e atividade. Olhando títulos atrelados a inflação, vemos uma inflação implícita, que é a percepção do número do índice dentro do preço do título – puxa lá vem o Caio com o economês, estava faltando!

Calma, se subtrair os juros pagos pelos títulos do DI futuro, um prefixado, do juros real, (inflação + alguma coisa, que geralmente é a taxa que olhamos em um tesouro IPCA, por exemplo). E quando analisamos essa inflação implícita mais alta que a própria meta, temos duas conclusões, ou que o cenário está mais pessimista ou devemos ter uma redução nessas taxas. Dito isso, para prazos longos o patamar que estamos está bem interessante.

Seu perfil e objetivos

Vale lembrar que isso não é uma recomendação de investimentos e, para saber o que melhor se encaixa ao seu perfil e aos seus objetivos, vale sempre procurar a ajuda de um consultor. Porém, é seguro dizer que os ativos de Renda Fixa continuam a ser boas opções para quem quer investir em 2023. E, por fim, lembre-se da máxima: diversifique a sua carteira de investimentos. No próximo artigo te conto mais sobre como fazer isso.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


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