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Qual vai ser a Selic no fim do atual ciclo de altas? O presidente do BC não sabe
A ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), divulgada no começo da semana, sinalizou que a taxa Selic, atualmente em 9,25% ao ano, pode subir para a casa dos 12% em 2022 e permanecer em um patamar elevado por pelo menos até o começo de 2023. No comunicado, além da persistência da inflação, o colegiado destacou uma preocupação com o “risco de desancoragem das expectativas para prazos mais longos”.
Em entrevista nesta quinta-feira (16), o presidente do BC, Roberto Campos Neto, reiterou o cenário desafiador para o ano que vem. Campos Neto afirmou que a autoridade monetária não sabe qual será a taxa básica de juros no fim do atual ciclo de altas, iniciado em março, quando a Selic estava em 2% ao ano. “A gente falou bastante que discutimos aumentos maiores, o quão longo deveria ser o ciclo, qual era a taxa terminal, o que poderia ser a taxa terminal. Mas na verdade nós não comunicamos e não sabemos qual é a taxa terminal”, disse em coletiva.
Segundo o presidente, o BC “entende que tem um movimento mais persistente” de inflação que “pode demandar um ciclo mais longo” de elevações da Selic. “Esse é um tema da decisão de cada reunião do Copom”, disse. Mas ele destacou que há “uma volatilidade nos dados de curto prazo muito grande”. “A gente tem tentado abstrair o ruído de curto prazo e categorizar o que tem acontecido de estrutural na inflação”, afirmou.
Campos Neto declarou ainda que o cenário básico da instituição considera que não haverá novos eventos que piorem o lado fiscal no ano que vem. “A gente entende que boa parte do debate que poderia ser feito no ano que vem no âmbito fiscal foi decidido com o movimento recente de precatórios, como foi votado, como foi feito e qual o espaço que isso abriu”, disse o chefe da autoridade monetária.
Com conteúdo do Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor Econômico
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