‘Queda da Selic vai permitir expansão de crédito mais acelerada’, diz presidente da Caixa

Carlos Vieira falou em entrevista que Lula não tem interferido na gestão do banco público

Carlos Vieira, presidente da Caixa Econômica Federal. Foto: José Cruz/Agência Brasil
Carlos Vieira, presidente da Caixa Econômica Federal. Foto: José Cruz/Agência Brasil

O presidente da Caixa, Carlos Vieira, projetou neste domingo (17) que a taxa Selic será reduzida a 9,5% até o final do ano que vem, em um movimento que deve ampliar a capacidade de expansão de crédito e baixar o juro da casa própria.

Em entrevista ao programa Canal Livre da BandNews TV, Vieira reforçou a correlação entre esses fatores. Segundo ele, a inadimplência no Brasil está em baixa e o país enfrenta um estoque de crédito de má qualidade pequeno. “Esse viés de queda da Selic vai permitir que a expansão de crédito ocorra de forma mais acelerada”, disse.

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Vieira informou ainda que o banco estatal contribuirá com o retrofit de imóveis em Belém, para a Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá em 2025.

De acordo com ele, a empresa também dispõe de um programa voltado à urbanização de favelas. “Hoje se fazem conjuntos habitacionais com novas tecnologias, (ação) ligada ao Ministério das Cidades”, comentou.

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Interferências de Lula

Carlos Vieira negou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha interferido na gestão do banco público. Vieira disse que Lula se comprometeu a dar liberdade à sua atuação na presidência ao mesmo tempo em que pediu a ele um cuidado especial à população de menor renda.

“O presidente pediu a mim duas coisas objetivas. Ele pediu que cuidasse da população de renda menor. Ele não impôs. Ele apenas pediu que tivesse atenção. E pediu que a gente cuidasse da governança do banco”, disse.

“Muito pelo contrário, ele foi muito taxativo, dizendo que daria liberdade a minha atuação”, completou ao canal. Um trecho da entrevista foi divulgado no site da emissora.

Vieira é indicado do chamado Centrão e assumiu o mais alto cargo da Caixa em 9 de novembro, logo após a ex-presidente Rita Serrano ser destituída. Além da presidência, o grupo político também é responsável por indicações a outras diretorias do banco público.

Segundo ele, a empresa “está muito bem” no aspecto social, mas precisa melhorar na parte mercadológica. A ideia dele é fazer uma “virada” no setor de tecnologia, no qual já foram realizados experimentos de inteligência artificial.

Desenrola Brasil

O executivo reconheceu que a adesão ao Desenrola está aquém do esperado e sinalizou que o governo deve revisar alguns pontos da estrutura do programa, como prazos, acesso e parâmetros de entrada. Ainda assim, em entrevista à Band News TV, Vieira explicou que a iniciativa já negociou R$ 6 bilhões em dívida.

O chefe do banco estatal comparou o projeto de renegociação de dívidas com o processo também de renegociação do Fies, voltado ao crédito universitário e que apresenta maior sucesso, de acordo com ele.

“Fies está indo melhor que o Desenrola, precisamos facilitar o acesso ao Desenrola”. Juntos, os dois programas já mobilizam R$ 11 bilhões em renegociações, conforme Vieira. “Temos mais a fazer, mas esses dois programas trazem a oportunidade de regularização do brasileiro”, disse ele.

Vieira lembrou ainda que, no último dia 22 de novembro, a Caixa fez uma trabalho para ampliar a visibilidade do Desenrola, mas admitiu que ainda falta uma atuação mais ampla para estimular a adesão. No início da semana, o governo federal editou Medida Provisória que prorroga a duração do programa até 31 de março de 2024, mas só para a faixa 1, que conta com aval do Fundo de Garantia das Operações (FGO) do governo federal e vale para dívidas de até R$ 5 mil de pessoas que recebem até dois salários mínimos ou que estejam inscritas no Cadastro Único dos Programas Sociais Federais.

Para facilitar o acesso, a MP também revogou um trecho da Lei do Desenrola, eliminando a exigência de níveis de certificação digital ouro ou prata no portal gov.br para devedores entrarem na plataforma digital do programa.

Com informações do Estadão Conteúdo

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