Queda da tarifa de energia pode ser menor com reajuste de concessionárias, diz consultoria
A queda no preço da conta de energia por conta da mudança da bandeira tarifária de escassez hídrica para verde deve acabar ficando um pouco menor que os 20% anunciados pelo governo, avalia a MCM Consultores. Isto porque ela deve ser parcialmente compensada por reajustes anuais das concessionárias acima do esperado nos próximos meses.
Essa expectativa também faz com que a projeção do IPCA da casa para o fim do ano se mantenha inalterada em 6,8%.
Segundo a economista Basiliki Litvak, já era esperado que a bandeira de escassez hídrica mudasse para amarela em maio. E, por causa da forte melhora do regime de chuvas e das projeções hídricas, também estava no radar a possibilidade de que a bandeira passasse diretamente para a verde.
“O que surpreendeu foi o timing”, diz. “Por outro lado, os reajustes das concessionárias podem ficar acima dos 10% previstos inicialmente – acreditamos em algo entre 10% e 13% agora. E, ao trocar essas premissas, o efeito no ano acaba se anulando”, diz a profissional.
Esse reajuste maior ocorre porque, a despeito da melhora das condições hídricas e das medidas para mitigar os impactos da alta do preço da energia em 2021 – como, por exemplo, o empréstimo para as distribuidoras -, ainda existem custos elevados a serem repassados nos reajustes tarifários como, tem sido observado nos reajustes recentes deliberados pela Aneel.
Por outro lado, diz Litvak, caso esse reajuste maior por parte das concessionárias não se concretize, o efeito da troca da bandeira amarela pela verde pode significar um alívio de 0,15 ponto na projeção do IPCA ao fim do ano.
Por hora, no entanto, o impacto está concentrado nos primeiros meses. A antecipação da medida fez a estimativa para o IPCA de abril da MCM cair de 0,90 ponto para 0,45 ponto. Já a dos meses de maio e junho subiu um pouco, de -0,30 ponto para zero no primeiro caso e de 0,20 ponto para 0,25 ponto porcentual.
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