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Nada de recessão: grandes bancos elevam apostas de pouso suave da economia dos Estados Unidos
Grandes bancos americanos começam a colocar o pé no freio quando se trata de esperar que os Estados Unidos entrem em recessão no curto prazo e reduziram suas expectativas de que a economia americana desacelere de forma expressiva. O relatório de empregos dos EUA de julho, o payroll, mostrou uma queda no número de vagas e um aumento na taxa de desemprego que provocou pânico nos mercados diante da possibilidade de recessão, o que foi revertido com a divulgação de novos dados durante a semana que passou.
Jan Hatzius, economista do Goldman Sachs, reduziu a probabilidade dos EUA entrarem em recessão em 2025 de 25% para 20% depois que os dados de vendas do varejo vieram mais fortes que o esperado e os pedidos de seguro-desemprego da semana passada desaceleraram. Em relatório, ele diz que se o payroll de agosto vir com dados razoavelmente bons, a probabilidade de recessão poderá cair para 15%.
Na semana que passou, as vendas do varejo de julho subiram 1% ante expectativa de 0,3% e os pedidos iniciais de seguro-desemprego recuaram para 227 mil, de 234 mil da semana anterior, o que acalmou os mercados depois que o “payroll” de julho, divulgado em 2 de agosto, mostrou um aumento da taxa de desemprego de 4,1% para 4,3%.
Corte de juros nos EUA
Segundo o economista, o Goldman está mais confiante que o Fed irá cortar os juros em 0,25 ponto percentual na reunião de setembro, mas se o payroll de agosto – a ser divulgado em 6 de setembro – mostrar outra queda surpresa no mercado de trabalho, o corte poderá ser de 0,50 ponto.
Para Michael Gaspen, economista para os EUA do Bank of America, os dados divulgados esta semana reiteram as expectativas do banco de um pouso suave para a economia americana.
“A mensagem dos dados dessa semana foi clara. A inflação está suave o suficiente para o Fed iniciar os cortes nos juros, mas não tão baixa para o banco central se focar apenas no seu mandato de pleno emprego”, disse, em relatório. Segundo ele, o mercado de trabalho e os gastos dos consumidores – que ele chama de ovo e galinha que guiam a economia americana – seguem resilientes.
“Com isso, estamos confortáveis com nosso cenário de que o Fed irá cortar os juros em 0,25 ponto em setembro e dezembro, apenas. Não vemos necessidade de cortes excessivos, ao menos se o payroll de agosto surpreender, o que parece não ser o caso diante da queda dos pedidos iniciais de seguro-desemprego”, disse.
Foco no payroll de agosto
O economista-chefe do Citi, Andrew Hollenhorst, é mais cauteloso. Ele também vê as vendas no varejo maiores que o esperado em julho e uma queda nos pedidos iniciais de seguro-desemprego da semana passada como impulsionadores do otimismo no mercado de que um pouso suave pode ser conquistado. Contudo, ele alerta para o aumento do desemprego, a contração da atividade industrial e a queda nas construções de moradias como sinais de que a economia pode entrar em recessão.
Hollenhorst diz que a desaceleração do núcleo do índice de preços ao consumidor (CPI) para 0,165% torna certo um corte nos juros pelo Federal Reserve (Fed) em setembro.
“A questão em aberto – que será respondida pelo payroll de agosto – é se será um corte de 0,25 ponto percentual ou de 0,50 ponto”, afirma. O economista projeta cortes de 0,50 ponto em setembro e novembro, seguido por uma série de cortes de 0,25 ponto.
Com informações do Valor Econômico
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