FMI critica corte de impostos e pede que Reino Unido reverta política fiscal

A instituição alerta que o pacote ameaça alimentar a inflação crescente

Foto: Divulgação/Twitter/@trussliz
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O FMI criticou fortemente o plano do Reino Unido de cortar impostos anunciado na última semana pelo governo da nova premiê, Liz Truss. O Fundo recomendou a “reavaliação” do plano, alertando que o pacote ameaça alimentar a inflação crescente.

A instituição disse que está “monitorando de perto” os desenvolvimentos no Reino Unido e está “engajado com as autoridades” depois que o secretário do Tesouro Kwasi Kwarteng divulgou os detalhes do plano. Segundo o FMI, o corte de impostos pode provocar um colapso no valor da libra esterlina e um aumento nos custos de empréstimos do país.

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“Dadas as pressões inflacionárias elevadas em muitos países, incluindo o Reino Unido, não recomendamos pacotes fiscais grandes e não direcionados neste momento”, disse o FMI em comunicado. “É importante que a política fiscal não funcione em oposição à política monetária.”

A crítica do FMI ao plano fiscal de Kwarteng veio quando alguns líderes empresariais do Reino Unido criticaram os cortes de impostos, enquanto o economista-chefe do Banco da Inglaterra, o banco central britânico, alertou que precisaria reagir com uma “resposta monetária significativa”.

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O FMI disse entender o desejo do governo do Reino Unido de ajudar “famílias e empresas a lidar com o choque [de preços] da energia” enquanto “impulsiona o crescimento” com cortes de impostos e reformas do lado da oferta. Mas levantou a preocupação de que os cortes de impostos, que beneficiarão desproporcionalmente os mais ricos, “provavelmente aumentarão a desigualdade”.

Autoridades do Fundo recomendaram a Kwarteng usar o orçamento em 23 de novembro para “fornecer apoio mais direcionado e reavaliar as medidas fiscais”.

Janet Yellen, secretária do Tesouro dos EUA, disse que os EUA também estão “monitorando os desenvolvimentos no Reino Unido muito de perto”. Ela se recusou a falar mais detalhadamente sobre o plano, mas observou que os EUA e o Reino Unido tinham “problemas significativos de inflação e os bancos centrais focados em empurrar a inflação para baixo”.

Após a declaração do FMI, o Tesouro do Reino Unido disse que o orçamento de novembro “definiria mais detalhes sobre as regras fiscais do governo, incluindo a garantia de que a dívida caia como parcela do PIB no médio prazo”. Acrescentou que o governo agiu “com rapidez para proteger famílias e empresas neste inverno e no próximo”.

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