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Salários altos e mercado de trabalho sobreaquecido oferecem riscos à inflação, diz Genial
O mercado de trabalho seguiu mostrando sinais de desaceleração em fevereiro, na análise da Genial Investimentos. Apesar disso, a dinâmica dos salários deve permanecer pressionada, o que implica em risco à inflação, em especial no setor de serviços.
O intervalo das expectativas era de 8,1% e 8,9%. Já o Santander afirma que o nível de desemprego mostram um mercado de trabalho sobreaquecido, com desaceleração mais lenta do que o esperado inicialmente.
Genial: Salário médio alto é risco à inflação
Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, a taxa de desemprego no país subiu a 8,6% no trimestre móvel encerrado em fevereiro, contra 8,1% no trimestre imediatamente anterior, encerrado em novembro. O resultado ficou abaixo da mediana das expectativas de consultorias colhidas pelo Valor Econômico, de 8,7%. O intervalo das projeções era de 8,1% e 8,9%.
Nos cálculos dessazonalizados da Genial, fevereiro registrou a segunda queda da ocupação ante trimestre anterior após seis trimestres e também elevação da taxa de desemprego dessazonalizada.
“Essa nova dinâmica está em linha com os resultados mais fracos dos indicadores de atividade setorial do início de 2023 que revelam uma retração mais contundente. Vale destacar que a queda da força de trabalho observada desde setembro de 2022, quando atingiu a máxima da série histórica, vinha colaborando para a queda da taxa de desemprego”, nota a Genial.
A equipe macro da corretora ressalta, por outro lado, que o rendimento médio real habitual segue avançando, com ganho de 7,5% comparação interanual de fevereiro. “O rendimento médio real deve permanecer pressionado nos próximos meses devido ao aumento do salário-mínimo real e do desemprego próximo ao nível neutro. Esse movimento contrário pode representar uma pressão inflacionária extra vinda dos salários, que pode impactar o nível de preço dos serviços, de alta inércia.”
Mercado de trabalho está sobreaquecido, diz Santander
Apesar da alta na taxa de desemprego em fevereiro, o mercado de trabalho seguiu mostrando sinais de sobreaquecimento, avalia o Santander, o que implica um risco baixista para a projeção do banco este ano, atualmente de 9,6%.
Outro indício apontado pelo banco de que a desaceleração do mercado segue mais lenta que o esperado é a população empregada, que avançou 0,2% em fevereiro, no cálculo também dessazonalizado. A taxa de participação da força de trabalho, que estava em queda, se manteve estável no mês passado.
“Ainda avaliamos que a taxa de desocupação permanece em baixos níveis devido mais a uma redução da taxa de participação que ao crescimento do emprego. No entanto, nossas estimativas mensais indicam uma ligeira recuperação do emprego em janeiro e fevereiro, interrompendo quatro meses de baixa”, nota o economista do Santander, Gabriel Couto.
“Após uma forte recuperação no segundo semestre de 2022, os salários reais mostram sinais de desaceleração, mas ainda indicam um mercado sobre aquecido. A manutenção de uma baixa taxa de participação implica em um risco baixista às nossas projeções”, acrescenta.
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