Secretário da Fazenda afirma ser possível atingir déficit de 0,5% do PIB em 2023, mas ‘compromisso’ é de 1%
Para secretário de Política Econômica da Fazenda, Guilherme Mello, serviços e salários não apresentam 'pressões inflacionárias' para economia
O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, afirmou na terça-feira (23) que “é possível chegar” a um déficit primário de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, “se tivermos a colaboração do Congresso e do Judiciário, em um processo mais rápido de recuperação de receitas”. Mas disse que a pasta assumiu o “compromisso” de alcançar déficit de 1% do PIB.
A afirmação foi feita em entrevista coletiva concedida para comentar o Boletim Macrofiscal, divulgado mais cedo pela Secretaria de Política Econômica (SPE) da pasta. Com a aprovação pela Câmara do texto-base do novo arcabouço fiscal, o desafio do governo agora é:
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- Zerar o déficit público da União no próximo ano;
- Superávit de 0,5% do PIB em 2025;
- Superávit de 1% do PIB em 2026.
Para secretário da Fazenda, não há “pressões inflacionárias”
Mello também afirmou que não enxerga as melhores perspectivas para a atividade econômica e quedas na taxa básica de juros como uma combinação “incompatível”.
De acordo com o secretário da Fazenda, não há “pressões inflacionárias” vindas dos salários ou do setor de serviços. Além disso, destacou que, embora em alguns aspectos a inflação mostrem “resiliência” dentro do núcleo do IPCA, também é possível observar uma “tendência baixista” vinda de alimentos e combustíveis, por exemplo.
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De acordo com ele, a SPE já observa quedas “expressivas” da inflação no atacado, do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado em 12 meses e dos núcleos, que excluem itens com preços mais voláteis.
“O processo de desaceleração da inflação tende a permanecer”, disse. “A inflação deve fechar o ano acima do teto da meta, mas abaixo do que a média do mercado espera.”
Mello: ‘Mercado de crédito explica desaceleração’ em 2023
Para o secretário da Fazenda, o “mercado de crédito é o principal fator que explica a desaceleração da economia brasileira neste ano”, por meio de efeitos “defasados” da política monetária.
Mello também afirmou que a “inadimplência segue em trajetória de elevação”, e ainda ressaltou que a conjuntura da economia brasileira “expõe um viés contracionista da política monetária neste ano”.