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Secretário da Fazenda diz que não cabe ao governo Lula julgar política monetária
O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, afirmou nesta sexta-feira (17) que não “cabe” à pasta “julgar se a política monetária está certa ou errada”. Ele também disse que não há “incompatibilidade” entre crescimento econômico e inflação, citando os primeiros dois mandatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que está no terceiro termo.
“O que trouxemos são fatos”, disse. “É fato que o Brasil apresenta a maior taxa de juros do mundo e que isso impacta mercado de crédito.” Segundo ele, “a política monetária está trazendo forte impacto contracionista” sobre a atividade econômica.
As afirmações foram feitas em entrevista coletiva para comentar o Boletim Macrofiscal, divulgado mais cedo pelo Ministério da Fazenda.
Projeção de inflação ligada à meta ‘está menor’ no Brasil, diz Mello
Mello também disse que o desvio da projeção de inflação do Brasil “em relação à meta [está] menor do que em outros países”.
Ao mesmo tempo, o economista da Fazenda afirmou que “não há nenhuma contradição teórica ou histórica” entre inflação e crescimento econômico. Ele afirmou que nos dois primeiros governos Lula (PT) “o crescimento foi muito mais robusto” em meio a uma “inflação controlada”.
Segundo Mello, “uma parte importante da inflação que vivemos nos últimos anos tem pouco a ver com crescimento econômico”. O secretário ainda disse que nos “cenários” da Secretaria de Política Econômica (SPE) “já está incorporada a inércia inflacionária”.
Mello também afirmou que, “quanto antes começar o processo de sinalização e redução da taxa de juros, antes [isso] vai impactar no mercado de crédito e taxa de crescimento”.
Fazenda está ‘mais otimista’ que mediana do mercado
Quanto à desaprovação que a maioria dos executivos do mercado financeiro têm sobre a gestão econômica do Lula III, Mello afirmou hoje que “é fato que estamos mais otimistas com o país em relação à mediana do mercado”.
Por outro lado, o secretário destacou que diversas instituições financeiras e consultorias vêm elevando as suas projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, por exemplo. Também afirmou que “a incorporação de políticas públicas implementadas pelo governo pode impactar [nas projeções]”.
“Acreditamos que este é o cenário realista”, disse, afirmando, no entanto, que ao longo do ano a tendência é que haja “mais clareza” a respeito das projeções.
Ele também disse que as novas projeções macroeconômicas apresentadas pela pasta “não alteram em nada o nosso objetivo de trazer [o déficit primário] para 1% (do Produto Interno Bruto) ou menos”.
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