Sem privatização da Eletrobras, canteiro de obras de Angra 3 corre risco de fechar, diz presidente do BNDES
Gustavo Montezano diz que fracasso na capitalização da estatal pode fazer com que governo e sociedade tenham que "pagar" para encerrar operações na unidade
Caso a operação de privatização da Eletrobras não se concretize, as obras da usina nuclear Angra 3 podem não ser concluídas e governo e sociedade teriam de arcar com os custos para o fechamento do espaço, alertou o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, durante evento do Tribunal de Contas da União (TCU), que discutiu o modelo de capitalização da companhia nesta quinta-feira.
Montezano alertou para outras consequências caso a capitalização da Eletrobras fracasse, como o não recebimento dos valores da outorga e até mesmo efeitos sobre o preço das ações da companhia.
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Ele também ponderou outros efeitos negativos para defender o avanço do modelo de capitalização conforme proposto pelo governo e aprovado pelo Congresso:
“A gente vai ter uma Eletrobras com capacidade de investimento mais restrito do que se ela for capitalizada, um eventual cenário em que Angra 3 pode não ser concluída ou que requer custos para seu fechamento e possivelmente uma possibilidade de Tucuruí (usina hidrelétrica em operação no rio Tocantins) sair de geração da Eletrobras.”
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A usina de Angra 3 completaria o projeto de três unidades nucleares instaladas em Angra dos Reis, no litoral sul do Rio de Janeiro. Com capacidade de geração de 1,405 GW, a expectativa do governo é que o projeto inicie a operação comercial em novembro de 2026, com a planta em plena capacidade no ano seguinte.
A construção de Angra 3 parou depois de denúncias de corrupção e por conta da deterioração do cenário fiscal. O governo busca parceiros e uma forma de fazer com que a obra seja retomada.