Instabilidade política, inflação e balanços – confira a agenda da semana

A discussão sobre as emendas de relator, a divulgação de índices de preços como o IPCA e os resultados trimestrais de dezenas de empresas são os principais assuntos dos investidores nos próximos dias

Plenário do STF (Foto: Carlos Moura/SCO/STF)
Plenário do STF (Foto: Carlos Moura/SCO/STF)

Uma decisão tomada pela ministra do STF (Supremo Tribunal Federal) Rosa Weber no finalzinho de sexta-feira (5) pode trazer mais instabilidade para o cenário político brasileiro nesta semana. Veja nesta reportagem, atualizada na terça-feira (9), como o caso das emendas de relator pode ampliar a instabilidade no mercado.

Weber suspendeu o pagamento das chamadas emendas de relator no Orçamento de 2021 e pediu que o presidente da corte, Luiz Fux, convocasse uma sessão extraordinária para avaliar sua decisão. A reunião ficou marcada para terça (9).

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Na teoria, as emendas de relator são as ferramentas usadas pelo Congresso Nacional para aperfeiçoar a proposta do Orçamento e melhor direcionar os gastos públicos. Na prática, são uma maneira de os parlamentares conseguirem recursos para os seus projetos, especialmente os que contemplam a sua base eleitoral, e viraram uma forma de o governo federal comprar o apoio dos legisladores nas questões que lhe interessam.

Como não há divulgação de quem são os congressistas beneficiados por cada emenda, o jornal O Estado de S. Paulo batizou de “orçamento secreto” essa folha de pagamento em uma investigação que começou no início do ano e culminou com a decisão de Weber.

A suspensão do pagamento enfraquece a administração Jair Bolsonaro e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), aliado do Palácio do Planalto e responsável por fazer a distribuição dos recursos entre os deputados. Desde o início de outubro, foram liberados cerca de R$ 3 bilhões relativos a essas emendas.

Caso o STF confirme a suspensão determinada por Weber, Lira e Bolsonaro perdem poder, o que pode colocar em risco a aprovação final da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) dos precatórios, que permitiu ao governo adiar o pagamento dessas dívidas para acomodar a verba necessária a bancar o Auxílio Brasil, benefício criado neste ano como substituto do Bolsa Família tendo em vista as eleições de 2022.

O Auxílio Brasil tem sido motivo de muita tensão no mercado financeiro, porque a manobra para financiá-lo coloca em xeque a austeridade fiscal e a credibilidade do governo e do ministro da Economia, Paulo Guedes.

Aprovada em primeiro turno na Câmara na madrugada de quinta (4), a PEC dos precatórios está na mesa da casa novamente, para a votação dos destaques (sugestões de alterações feitas pelos partidos), nesta segunda (8), véspera da reunião do STF para discutir as emendas de relator.

Por que importa?

A reação instintiva dos investidores em momentos de incerteza é sair de aplicações tidas como mais arriscadas e buscar alternativas mais seguras.

Como afeta os investimentos?

A instabilidade política neste segundo semestre fez a Bolsa cair 16,9% e o dólar, avançar 11,8%, vendido atualmente a R$ 5,523. Esse movimento pode ter continuidade.

Mais destaques da semana

  • TERÇA-FEIRA, 9/11
    Economia
    10h30: Nos EUA, sai o PPI (Preços ao produtor, ou inflação do atacado)
    Política
    – Começa a reunião extraordinária do STF para analisar as emendas de relator
    Empresas
    – Começa o período de reserva de ações do Nubank para clientes do banco digital
    – Balanços: BTG Pactual, Braskem, Raia Drogasil, Carrefour, Vibra Energia, Gol, Alupar, Aeris, Iguatemi, MRV, Santos Brasil, Sequoia, Eternit, Mitre, Mobly, Aura Minerals

    LEIA MAIS: Vale a pena entrar no IPO do Nubank?

  • QUARTA-FEIRA, 10/11
    Economia
    5h: IPC (Índice de Preços ao Consumidor) de São Paulo, medido pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas)
    8h: IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado), da FGV
    9h: IPCA, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)
    10h30: nos EUA, o CPI (Preços ao consumidor)
    Empresas
    – Balanços: JBS, Eletrobras, Hapvida, Intermédica, Engie, Caixa Seguridade, Equatorial, BRF, Comgas, Marfrig, Copel, Porto Seguro, Taesa, Sul America, Locaweb, Via, SLC Agrícola, 3R Petroleum, Omega, Vivara, Guararapes, Aliansce, Sonae, Coelce, Enalta, Fras-Le, Tupy, Rio Paranapanema Energia, Hermes Pardini, Log-In, Vulcabras, Sinqia, Even, Positivo, Melniq, Helbor, Profarma, Valid, Moura Dubeux, RNI Negócios Imobiliários, Pine, Rossi, Copel

  • QUINTA-FEIRA, 11/11
    Economia
    8h: Indicadores Antecedentes do Emprego, da FGV
    – 9h: PMC (Pesquisa Mensal do Comércio), do IBGE
    Empresas
    – Balanços: Magazine Luiza, B3, Energisa, Banco Inter, Americanas, Natura, Rumo, Renner, CPFL, Sanepar, Sabesp, Bradespar, Grupo Mateus, Soma, Azul, Intelbras, Unipar, Oi, IRB Brasil, Cyrela, Hospital Mater Dei, SBF Centauro, Qualicorp, Wilson Sons, Banrisul, EZTec, Ambipar, Metal Leve, Ferbasa, Light, Randon, Espaçolaser, C&A, Eletromidia, SYN, Cury Construtora, BMG, Track & Field, Wiz, Ouro Fino, Mills, Bemobi, Marisa, Focus Energia, Trisul, Lavvi, Neogrid, IMC, Gafisa, Ocean Pact, Plano & Plano, Westwing, Triunfo, Renova, Viver, Tecnisa, Unicasa, Time for Fun, Technos, Coteminas, Teka

  • SEXTA-FEIRA, 12/11
    Economia
    9h: PMS (Pesquisa Mensal de Serviços), do IBGE
    Empresas
    – Balanços: Cosan, Cemig, Cogna, CVC, De Santa Catar, Celesc, Ser Educacional, Grazziotin, Enjoei, GP Invest, Padtec, Paranapanema, Springs, Inepar, Lupatech, Metalfrio, BR Brokers, PDG, Saraiva
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