Senado dos EUA confirma Jerome Powell para 2º mandato como presidente do Fed

Powell ganha novo mandato de quatro anos à frente da autoridade monetária e terá como desafio controlar a inflação nos EUA

Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Foto: Saul Loeb/AFP)
Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Foto: Saul Loeb/AFP)

O Senado dos Estados Unidos confirmou o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, para um segundo mandato de quatro anos à frente da autoridade monetária, que está se tornando tão difícil quanto o primeiro mandato, já que o banco central enfrenta a inflação mais alta em 40 anos.

A indicação de Powell, aprovada nesta quinta-feira em uma votação bipartidária de 80 votos a favor a 19, está há meses a caminho de ganhar a aprovação, apesar do desconforto com a inflação e os aumentos agressivos das taxas de juros adotados pelo Fed para controlar as pressões sobre os preços.

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O presidente americano, Joe Biden, disse no outono passado que apontaria Powell para mais um madato, optando pela continuidade, à medida que a escala dos desafios do banco central no controle da inflação estava se tornando mais evidente.

Powell, aos 69 anos, foi escolhido pelo presidente Donald Trump em 2018 para liderar o banco central, seis anos depois de ganhar uma nomeação do presidente Barack Obama para seu conselho de governadores.

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Os legisladores do Comitê Bancário do Senado aprovaram sua confirmação em 16 de março por 23 votos a 1, com apenas a senadora Elizabeth Warren (Massachusetts) se opondo.

O atual episódio de alta inflação não prejudicou significativamente a posição de Powell no Capitólio. Mas sua descrição dos aumentos de preços no ano passado como temporários e a decisão de retirar os estímulos lentamente – principalmente depois que o governo Biden aprovou gastos de US$ 1,9 trilhão – atraiu críticas de economistas de ambos os partidos.

Powell admitiu em uma entrevista coletiva em março que, em retrospectiva, teria sido apropriado retirar os estímulos mais cedo se o Fed tivesse previsto que as interrupções no fornecimento de bens e serviços por causa da pandemia durariam tanto quanto duraram, principalmente depois de colidir com forte demanda no ano passado.

Desde o final do ano passado, Powell orientou o Fed para remover rapidamente os estímulos da economia. O Fed elevou as taxas de juros duas vezes neste ano, mais recentemente na semana passada em 0,5 ponto percentual – o primeiro aumento desta magnitude desde 2000 – para uma faixa entre 0,75% e 1%.

A nomeação de Powell foi combinada com a promoção da integrante do conselho do Fed, Lael Brainard, para o posto de vice-presidente do Fed. O Senado a confirmou para esta posição em 26 de abril.

Biden conseguiu colocar ainda mais sua marca no banco central com a confirmação, no início desta semana, de dois outros economistas para preencher vagas no conselho de governadores do Fed com sede em Washington – Lisa Cook, da Michigan State University, e Philip Jefferson, da Faculdade de Davidson.

Com a confirmação de Powell, Biden terá nomeado quatro dos seis governadores do Fed para seus cargos atuais. Alguns analistas especularam que os novos indicados podem favorecer aumentos de juros menos agressivos, mas é improvável que eles impeçam o Fed de buscar um ritmo mais rápido de aperto enquanto a inflação permanecer bem acima da meta de 2% do Fed.

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