Solução para crise econômica da Argentina passa pelo FMI, diz Haddad

Ao se encontrar com secretária do Tesouro americano durante reunião de ministros de finanças do G-7, Haddad diz que solução para Argentina envolve FMI

Em janeiro, o ministro da Fazenda Fernando Haddad assinou ato de integração econômica com o ministro da economia da Argentina, Sergio Massa. Foto: Ricardo Stuckert/PR
Em janeiro, o ministro da Fazenda Fernando Haddad assinou ato de integração econômica com o ministro da economia da Argentina, Sergio Massa. Foto: Ricardo Stuckert/PR

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira que a solução para situação econômica da Argentina “passa pelo” auxílio do Fundo Monetário Internacional (FMI).

“Se o Brasil e Estados Unidos estiverem juntos no apoio, isso pode facilitar muito as coisas para a Argentina”, disse o ministro a jornalistas em Niigata, no Japão, depois de participar de reunião com a secretaria do Tesouro americano, Janet Yellen.

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Haddad quer ajuda dos EUA para lidar com crise na Argentina

Haddad está no Japão representando o Brasil como convidado na reunião de ministros de finanças do G-7. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) permanece no Brasil e tem agenda hoje para regulamentar a Lei Paulo Gustavo, que libera R$ 3,8 bilhões em recursos para o setor cultural. Ele deve comparecer à reunião de líderes do G-7 como convidado na segunda quinzena deste mês.

Segundo o titular da Fazenda, Yellen “se surpreendeu” por ele ter apresentado o assunto e “se comprometeu a analisar” a situação da Argentina.

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O ministro relatou que um dos assuntos que o presidente Lula abordará nas reuniões de presidentes do G-7 será justamente a situação da Argentina — considerada pelo governo brasileiro “fundamental”.

“O presidente Lula tem a convicção de que a solução passa pelo FMI”, disse Haddad.

EUA não tem objeções contra acordos com a China

Yellen também afirmou, segundo relato do titular da Fazenda, que os Estados Unidos não têm “nenhuma objeção com os acordos comerciais que o Brasil faz e com a aproximação com a China”. Mas o ministro também manifestou à secretária “o desejo de nos aproximarmos mais dos Estados Unidos”.

Haddad ainda minimizou o impasse entre governo e Congresso americanos a respeito do teto da dívida pública dos Estados Unidos. “São a maior economia do mundo, e essa questão vai ser endereçada pelo governo americano”, disse. “Não é a primeira vez que os Estados Unidos enfrentam esse problema.”

Uso de moedas locais deve ser estimulado, diz Haddad

Por fim, o ministro destacou a jornalistas que Lula vem defendendo que, em negociações bilaterais, os países envolvidos “não precisariam necessariamente recorrer à moeda de um terceiro país”.

“O uso de moedas locais deveria ser mais incrementado”, disse Haddad.

Mais cedo na quinta-feira, o titular da Fazenda participou na Embaixada brasileira em Tóquio de reunião com empresários japoneses cujas companhias possuem filiais no Brasil.

No encontro, foram abordadas questões como a importância do ambiente de negócios “para fortalecer investimentos” e a reforma tributária.

De acordo com o ministro, um acordo comercial entre o Mercosul e o Japão “está na ordem do dia para os empresários japoneses”. Ele também relatou que os executivos desejam que o governo japonês tenha um “olhar interessado” para as exportações brasileiras.

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