FGV: Economia cresceu 2,5% em fevereiro puxada por ‘supersafra de soja’

Agro pode levar PIB brasileiro a avançar 3% no 1º trimestre, aponta economista

Colheita de soja no Brasil. Foto: Enrique Marcarian/Reuters
Colheita de soja no Brasil. Foto: Enrique Marcarian/Reuters

A boa performance do setor agropecuário, em especial da soja, foi a principal razão para o aumento de 2,5% na economia brasileira em fevereiro ante janeiro, na leitura do Monitor do PIB da Fundação Getulio Vargas (FGV). A explicação é de Juliana Trece, economista da fundação.

A alta foi a mais forte desde março de 2022 (3%). Também pela sondagem da FGV, a economia brasileira subiu 2,7% no trimestre encerrado em fevereiro ante mesmo período do ano passado, melhor resultado desde outubro de 2022 (3,5%). Na comparação com fevereiro de 2022, houve expansão de 2,7%, em fevereiro desse ano.

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Todos esses resultados positivos do indicador, detalhou a especialista, foram beneficiados pelo setor agrícola. Para ela, a esperada ‘supersafra’ de soja esse ano, principal produto na colheita de grãos do país, deve impulsionar os resultados do Produto Interno Bruto (PIB) no começo do ano.

Ela não descarta aumento de 3% no PIB do primeiro trimestre, na comparação interanual, a ser anunciado no resultado oficial das Contas Nacionais, pelo IBGE em junho.

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“Em 2023, a agropecuária vai ditar os rumos da economia”, disse a economista, lembrando que houve alta de 13,8% em fevereiro ante fevereiro de 2022, a alta anual mais forte desde julho de 2017 (14,2%). Em relação a janeiro de 2023, a atividade agropecuária subiu 7,8% em fevereiro, a mais forte desde janeiro de 2017 (9,8%).

A técnica informou ainda que, no caso da colheita da soja, cerca de 63% é realizada no primeiro trimestre. Ela lembrou os recentes dados já anunciados pelo IBGE sobre esse produto, destacando previsão de safra recorde esse ano.

A economista notou, ainda, que pelo menos até o momento não há notícias de problemas climáticos, esse ano, que possam prejudicar desempenho da cultura esse ano. Assim, como a maior parte da safra desse item é no começo do ano, isso na prática deve ajudar a impulsionar principalmente a taxa do PIB do primeiro trimestre.

Além da agropecuária, pontuou a técnica, outros segmentos pelo lado da oferta da economia também apresentaram saldo positivo no Monitor do PIB de fevereiro. Na comparação com janeiro desse ano, houve altas de 1,5% na atividade da indústria; e de 0,6% em serviços, no indicador da FGV.

E, pelo lado da demanda, o quadro também foi positivo, com altas, nas mesmas comparações, em consumo das famílias (1,4%) e em Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) (18%).

Porém, embora tenha citado as boas evoluções em outros segmentos, a especialista foi taxativa ao reiterar que a agropecuária “que realmente puxou” o PIB do país no começo do ano.

No entanto, a técnica não acredita que a influência do setor agropecuário possa acelerar de forma expressiva o resultado do PIB do ano.

“O início do ano deve ser muito forte”, disse. “Mas, apesar dessa alta forte, creio que 2023 está mais para crescimento entre 0,8% e 1%”, conclui.

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