Tarifas de Trump e expectativa por Fed guiam ativos globais; bolsas de Nova York sobem

Após as perdas fortes nos ativos globais no pregão de ontem, o dólar no exterior, as taxas de Treasuries e as bolsas de Nova York operam em alta nesta terça-feira, com foco nas renovadas ameaças tarifárias de Donald Trump nos EUA e antes da decisão de amanhã do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).

Por volta de 13h, o índice DXY – que mede a relação entre o dólar e uma cesta de moedas de países desenvolvidos – subia 0,52%, a 107,90 pontos. O yield da T-note de dez anos avançava de 4,541% do fechamento anterior para 4,573%.

Em Wall Street, o índice Dow Jones subia 0,55%, a 44.959,61 pontos; o S&P 500 avançava 0,69%, a 6.053,76 pontos; e o Nasdaq Composto tinha alta de 1,25%, a 19.582,36 pontos, após perdas forte nas ações de tecnologia ontem em meio a temores de que a empresa chinesa Deepseek possa ameaçar a dominância americana em inteligência artificial (IA).

Ontem à noite, surgiram relatos de que o novo secretário do Tesouro dos Estados Unidos planeja introduzir tarifas de 2,5% em todas as importações do país, apenas para ser contrariado logo depois por Trump, que falou em adotar tarifas gerais “bem acima” de 2,5%.

“Após os últimos dias de propostas tarifárias mais direcionadas a países individuais, este foi um sinal na direção oposta. E a maioria das moedas do G-10 devolveu os ganhos que haviam obtido nos últimos dias”, diz o analista de câmbio do Commerzbank, Michael Pfister. “Até que as tarifas sejam oficialmente implementadas, há uma boa chance de volatilidade.”

Além disso, o Fed divulga amanhã sua decisão de política monetária, e os mercados concordam que haverá uma pausa no ciclo de cortes de juros. “Esperamos que a força da economia e a incerteza sobre a política de imigração e comércio levem o Fed a pausar seu ciclo de afrouxamento”, diz o economista da Capital Economics, Bradley Saunders.

“Embora também esperemos que o ciclo de afrouxamento seja retomado em março, estamos menos inclinados a concordar sobre até que ponto o Fed reduzirá as taxas de juros este ano, pois esperamos uma combinação de políticas estagflacionárias da nova administração Trump”, afirma.

Na Europa, o índice Stoxx 600 avançava 0,58% a 532,77 pontos. O Banco Central Europeu (BCE) deve continuar cortando as taxas de juros nas próximas reuniões, com os indicadores apontando para um crescimento moderado e desinflação contínua na zona do euro, diz o Goldman Sachs.

“Esperamos uma mensagem estável, sem nenhuma alteração na linguagem política principal”, diz. O banco espera que a presidente do BCE, Christine Lagarde, adote um tom semelhante aos seus comentários em Davos na semana passada, e responda a perguntas focadas nas potenciais implicações econômicas da agenda política de Trump.

Por fim, na Ásia, as bolsas de Seul e Xangai permaneceram fechadas e a bolsa de Hong Kong fechou mais cedo devido ao feriado do Ano Novo Lunar, que se estenderá até o final desta semana.

*Com informações do Valor Econômico

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