Terremoto na Turquia: saiba quais os efeitos da tragédia

Os terremotos desta segunda-feira são o segundo mais forte em 100 anos da Turquia

Uma criança carrega itens dos escombros perto do local de um prédio que desabou após um terremoto em Gaziantep, Turquia, 7 de fevereiro de 2023. REUTERS/Suhaib Salem
Uma criança carrega itens dos escombros perto do local de um prédio que desabou após um terremoto em Gaziantep, Turquia, 7 de fevereiro de 2023. REUTERS/Suhaib Salem

A manhã de segunda-feira (6) foi dramática na Turquia e na Síria, com dois terremotos de magnitude acima de 7 atingindo os países com horas de diferença, provocando mais de 1,9 mil mortes e milhares de prédios destruídos.

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, disse que os terremotos provocaram a pior tragédia no país desde 1939 e disse ter mobilizado equipes de resgate de todo o país para ajudar nas buscas por desaparecidos.

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Os terremotos desta segunda-feira são o segundo mais forte em 100 anos da Turquia. No dia 26 de dezembro de 1939, um terremoto de magnitude 7,8 com epicentro em Erzincan, no leste da Turquia deixou mais de 32 mil mortos e provocou um tsunami no Mar Negro, localizado a cerca de 160 quilômetros do epicentro.

Que lugares foram afetados pelo terremoto?

Os terremotos desta segunda-feira tiveram como epicentro Gaziantep, na região centro-sul do país, próxima da fronteira com a Síria às 4h17 no horário local. Os tremores foram sentidos em Ancara, capital turca, a 460 km a noroeste do epicentro, e no Chipre, onde o governo local não reportou danos.

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Na Síria, as cidades mais afetadas foram Hama, Aleppo, Tartus e Latakia, segundo o vice-ministro da saúde do país. A região é quase toda dominada por rebeldes sírios e há temor de que equipes de resgate internacionais possam ter dificuldades de acessar as regiões.

Os tremores foram sentidos também no Egito, em Israel e no Líbano.

O quão forte é um terremoto de magnitude 7,8?

Apesar de terremotos mais fortes já terem sido registrados em outros momentos, um dos fatores que influenciam para a força e a devastação de um acidente deste tipo é o local afetado e a profundidade do terremoto.

Os abalos desta segunda-feira foram a cerca de 7 KM abaixo da terra, profundidade considerada baixa para terremotos. Quanto mais baixa a profundidade, mais longe os efeitos do terremoto são sentidos.

Além disso, as regiões afetadas têm forte densidade populacional, o que piorou na mortalidade do abalo sísmico.

A sismóloga Susan Hough, do Instituto de Pesquisas Geológicas dos EUA (USGS, na sigla em inglês) disse em seu Twitter que apesar do terremoto não ser o mais forte dos últimos tempos, a profundidade baixa e localização o torna especialmente perigoso

A região tem histórico de terremotos?

A região em que ocorreu o terremoto é conhecida por ser sismicamente ativa. Três terremotos de magnitude 6 ou mais ocorreram nesta região desde 1970, o maior, de magnitude 6,7, ocorreu em 24 de janeiro de 2020, segundo a USGS.

Quem já ofereceu ajuda?

Erdogan anunciou que mais de 45 países já ofereceram ajuda à Turquia, enquanto até mesmo Israel ofereceu ajuda à Síria apesar das rixas entre os países.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que vai acionar uma rede de trabalhadores de emergências médicas para oferecer ajuda aos mais vulneráveis, enquanto que os EUA anunciaram ajuda e vão enviar membros de sua agência de proteção de desastres para a Turquia.

O governo do Reino Unido anunciou que vai enviar 76 especialistas britânicos em busca e resgate com quatro cães farejadores e equipamentos de resgate à Turquia na noite de segunda-feira. Já a União Europeia ativou seu serviço de mapeamento por satélite Copernicus de emergência para ajudar os socorristas.

Países mais próximos anunciaram ações mais diretas, como os Emirados Árabes Unidos, que vão enviar um hospital de campanha para a Turquia. Já o Catar anunciou que vai começar a operar voos humanitários para enviar profissionais da saúde, equipes de resgate e suprimentos para as regiões afetadas.

O fundo de caridade do Catar anunciou que vai distribuir 27 mil refeições em Gaziantep, onde tem uma sede, e irá fornecer itens de primeira necessidade para abrigos na Turquia e na Síria. O grupo destinou US$ 6 milhões para a primeira etapa da ajuda humanitária.

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