Uma tríade importante para o desenvolvimento da jornada ESG; confira mais sobre o assunto
A jornada do ESG, a agenda do investimento responsável ou a temática do investimento sustentável formam uma tríade com elementos coincidentes que buscam agregar noções diferentes daquelas existentes na análise financeira tradicional.
Assim, mais importante do que se prender se você fala de uma forma ou de outra é atentar que todas elas convergem para o direcionamento do capital para elementos comuns como:
- Gerar tração em uma economia de transição para energias renováveis;
- Melhoria no relacionamento/interação dos diversos stakeholders sob a ótica de condições sociais;
- E/ou fomentar melhores práticas quando pensamos em governança corporativa.
ESG: atividades empresariais podem se beneficiar
Dessa forma, tudo fica muito claro dada a visão de que atividades empresariais podem se beneficiar ou serem prejudicadas por aspectos relacionados a esse ecossistema que transcende as variáveis financeiras tradicionais.
Assim, em um mundo de recursos finitos, entender o limite e a capacidade com que recursos naturais e biológicos podem ser utilizados de forma equilibrada é um dos grandes desafios das gerações atuais.
Dessa maneira, para contextualizar o tamanho desse desafio quando falamos de mudanças climáticas, o programa das Nações Unidas para o meio ambiente (PNUMA) estima que US$ 340 bilhões serão necessários todos os anos para uma adaptação efetiva à essas alterações.
Assim, dada a importância de conectar o capital privado a iniciativas que preservem e/ou estimulem esforços nessa direção, o mercado de capitais vem se aprimorando e crescendo cada vez mais.
Um dos pilares do crescimento
Então, um dos pilares que tem apresentado crescimento em termos de volume, maturidade, em regulação e padronização – bem como amplitude em termos de produtos – é o mercado de dívida.
Os chamados green bonds, social bonds, sustainability-linked bonds e os blue bonds têm se mostrado eficientes para a criação desse conduíte entre capital e o desafio pratico posto pela tríade citada anteriormente.
Dessa maneira, segundo a Climate Bonds Iniciative (CBI), organização sem fins lucrativos que promove investimentos para combater as mudanças climáticas, foram emitidos US$ 225 milhões de acordo com os critérios estabelecidos por eles.
Para 2024, análises apontam para estabilidade no volume de emissões quando comparamos a 2023.
Isso por conta dos desafios relacionados ao momento do ciclo econômico que transitamos.
Assim, avaliações apontam para emissão total de US$ 1 trilhão, sendo a grande maioria para os green bonds.
Eles serão seguidos pelos sustainability-linked bonds e social bonds.
Então, apesar dessa soma, ainda não conseguimos atingir a demanda total. Isso gera a necessidade de se buscar outras formas de desenvolver esse mercado.
Fatores de ganho do mercado
Dessa forma, um dos fatores que tem ajudado no ganho de maturidade desse mercado são as construções de padrões.
Como aqueles oferecidos pela International Capital Market Association (ICMA), os quais são tidos como os mais populares.
Outras entidades também entraram em cena, como a própria CBI, que também desenvolveu seu próprio padrão com requisitos mais rígidos.
Como por exemplo revisão e certificação por uma organização externa daquela que está emitindo a dívida.
Alguns estudos foram realizados comparando esses títulos com propósito definido e seus pares tradicionais revelaram existir o chamado greenium.
Nesse caso, o emissor conseguiu emitir a dívida pagando uma taxa menor no título com algum vínculo específico do que naquele tradicional.
Vale a atenção para que os mesmos estudos não cravam esse resultado de forma definitiva, lembrando do tamanho deste mercado versus o mercado tradicional.
Importante notar que tratamos aqui de algo dinâmico, onde erros e seus respectivos aprendizados são relevantes para as adaptações de rumo para o sentido correto.
A tríade segue viva e tem trilhado um caminho positivo até aqui embora tenhamos pela frente muitos desafios, mas, ao mesmo tempo, grandes oportunidades.
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