Estudos de vencedores do Nobel de Economia podem traçar paralelo com Brasil, diz professor

Os estudos dos vencedores do Prêmio Nobel de Economia 2024, que abordam o conceito de instituições inclusivas e extrativas para avaliar o papel delas na prosperidade de um país, podem ser usados para traçar um paralelo com a realidade brasileira, afirmou Naercio Menezes Filho, professor da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São […]

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Os estudos dos vencedores do Prêmio Nobel de Economia 2024, que abordam o conceito de instituições inclusivas e extrativas para avaliar o papel delas na prosperidade de um país, podem ser usados para traçar um paralelo com a realidade brasileira, afirmou Naercio Menezes Filho, professor da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA/USP) e do Insper. Isso pode ser observado, principalmente, segundo ele, nas restrições para o voto no país ao longo das décadas.

A Academia Real de Ciências da Suécia anunciou, nesta segunda-feira (14), o Nobel de Economia 2024. Saíram vencedores Daron Acemoglu e Simon Johnson, professores do Departamento de Economia do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês), e James Robinson, professor da Universidade de Chicago, pelo trabalho sobre como as instituições são formadas e afetam prosperidade.

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Ao destacar “o rico trabalho” dos autores há décadas para entender o porquê de alguns países serem mais ricos que outros, Menezes Filho detalhou os conceitos de instituição inclusiva ou extrativa, análise feita pelos premiados a partir das estratégias de colonização dos países.

“Juntos, os três mostraram que o principal fator para explicar a diferença entre os países ricos e os pobres são as instituições. Sociedades em que todos têm acesso à Justiça, que são democráticas, em que todos os cidadãos têm direitos políticos e de propriedade, são sociedades inclusivas. As outras são sociedades extrativas, em que apenas uma elite tem acesso a essas questões”, afirmou.

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Neste cenário, ele disse que pode ser feito um paralelo com o Brasil, onde o voto universal é um direito mais recente, garantido aos analfabetos, por exemplo, apenas na Constituição de 1988.

“É interessante fazer paralelo com o Brasil, em termos de elites. No país, inicialmente só homens e alfabetizados podiam votar. Nas eleições municipais, ainda havia a questão da renda. As mulheres demoraram a ter direito ao voto. E os analfabetos eram excluídos até 1988”, disse Menezes Filho.

Em sua avaliação, o trabalho de Acemoglu, de maneira mais ampla, tem uma preocupação maior em estudar como a sociedade deve lidar com o poder. “Acemoglu tem trabalhos em diferentes áreas e, de maneira geral, olha para como a sociedade deve lidar com o poder. O poder tem papel fundamental no desenvolvimento da sociedade e na desigualdade de renda”, afirmou ele, que citou como exemplo os trabalhos em inteligência artificial.

*Com informações do Valor Econômico

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