Executivo do BTG sobre Americanas: ‘Não achamos que a empresa vá desaparecer’

Renato Cohn detalhou a decisão do banco de provisionar 63% do potencial calote da varejista

Foto: Gustavo Lacerda/Divulgação
Foto: Gustavo Lacerda/Divulgação

Renato Cohn, vice-presidente financeiro do BTG Pactual (BPAC11), afirmou nesta segunda-feira (13) que, sem contar com apoio dos acionistas principais, o banco provavelmente teria uma exposição menor a Americanas (AMER3).

“É o único caso do tipo dentro da nossa carteira, onde nossa exposição olhava não só as condições financeiras da empresa em si, mas dado o poder dos acionistas principais, acreditamos que poderíamos dar um pouco mais de crédito. Sem contar com apoio dos acionistas, teríamos uma exposição razoavelmente menor.”

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Ele explicou que a exposição total do BTG a Americanas é de R$ 3,5 bilhões, mas há R$ 400 milhões com resseguro e R$ 1,2 bilhão que foram compensados de contas da companhia (mas estão em disputa na Justiça). Assim, sobram cerca de R$ 1,9 bilhão. Desse total, o BTG provisionou R$ 1,1 bilhão, ou cerca de 63%.

“Nós cuidamos da nossa carteira de crédito de acordo com cenário macro. Já víamos aumento da inadimplência, muito na pessoa física. Vínhamos já reduzindo exposição a algumas empresas mais expostas e isso, mas esse é caso de fraude [Americanas], então não aconteceu em função da deterioração no cenário macro”, comentou.

Cohn disse considerar que a provisão de 63% é adequada e que na realidade o banco espera recuperar mais do que isso. “Cada banco tomou sua decisão, fizemos provisão bastante importante e razoável, dado o que a gente vê acontecendo no futuro próximo, e considerando que é um caso de fraude, tem uma série de repercussões, vai para os acionistas… Não achamos que a empresa vá desaparecer e não vai pagar nenhum dos seus credores”.

Segundo ele, a Americanas provavelmente fará uma série de reestruturações, incluindo aporte dos acionistas e venda de ativos. “Faz parte do processo discussão.”

De acordo com o executivo, outras grandes empresas que enfrentam dificuldades são parte de um movimento normal, até mesmo decorrente da alta de juros. “Não acho que seja uma grande preocupação. É uma pequena preocupação.”

O executivo admitiu que talvez o BTG não devesse ter tido uma exposição tão grande a Americanas – confiando nos acionistas – mas que, como esse é o único caso do tipo na carteira do banco, “não temos que fazer nenhuma revisão nos nossos processos de crédito”.

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