Fundo do SoftBank compra fatia da Contabilizei; Cade aprova transação

O SoftBank Latin America Fund (SBLA), do grupo japonês SoftBank, adquiriu uma participação minoritária na Contabilizei, a maior empresa de serviços contábeis digitais do país. A empresa já vinha anunciando aportes nas operações da companhia, sem relatar, porém tamanho da participação no negócio.

A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) informa que aprovou a aquisição de fatia da empresa brasileira pelo SBLA, sem revelar o percentual da compra. O SBLA também é acionista do Banco Inter e de diversas empresas de tecnologia.

Em setembro passado, o banco anunciou o lançamento do SoftBank Latin America Fund II, seu segundo fundo de investimento privado com foco exclusivo em empresas de tecnologia no mercado latino-americano com um compromisso inicial de US$ 3 bilhões. O Fund II iria explorar opções para levantar capital adicional.

O fundo anterior, de 2019, com US$ 5 bilhões, comprou posição em 15 de 25 unicórnios latino-americanos, incluindo Quinto Andar, Rappi, Mercado Bitcoin, Gympass e MadeiraMadeira.

A Contabilizei oferece serviços on-line de contabilidade e apoio administrativo para micro e pequenas empresas no Brasil. Em janeiro de 2021, a Contabilizei informou entrada de recursos do Softbank na empresa, numa rodada de mais aportes, e disse que já havia recebido mais de R$ 100 milhões de fundos como Igah (ex-e.bricks eventures), Endeavor Catalyst, Kaszek, Banco Mundial (IFC), Quona, e Point72.

Esses negócios digitais tendem a consumir alta soma de recursos por anos, pelo elevado volume de despesas e investimentos — a contabilizei oferece pacotes de serviços abaixo de R$ 100 — e a entrada de novos sócios acaba diluindo atuais acionistas.

Ao Cade, a SBLA Holdings disse que a operação junto a Contabilizei está alinhada com o objetivo de investir em mercados potencialmente criativos e inovadores. Já para a Contabilizei, esse negócio fornecerá um investimento estratégico em suas operações.

Ao analisar esse caso, a Superintendência verificou que ele envolve menos de 10% das vendas no segmento de contabilidade on-line no Brasil. Assim, essa operação não deverá dificultar a competitividade e foi aprovada pelo órgão antitruste.

Com Valor Pro, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico.