Ibovespa fecha em queda pressionado pela alta dos juros futuros

A elevação dos juros futuros de longo prazo ajudou a empurrar o Ibovespa para o campo negativo na sessão desta quinta-feira (12), na contramão da alta registrada pelos índices internacionais. O principal índice da bolsa brasileira fechou em queda de 0,48%, a 134.029 pontos. Na mínima intradiária, o Ibovespa tocou os 133.591 pontos. Já na […]

A elevação dos juros futuros de longo prazo ajudou a empurrar o Ibovespa para o campo negativo na sessão desta quinta-feira (12), na contramão da alta registrada pelos índices internacionais. O principal índice da bolsa brasileira fechou em queda de 0,48%, a 134.029 pontos.

Na mínima intradiária, o Ibovespa tocou os 133.591 pontos. Já na máxima intradiária, o valor alcançado bateu os 134.777 pontos. O volume financeiro negociado na sessão foi de R$ 12,7 bilhões e de R$ 16,7 bilhões na B3. Em Nova York, o Nasdaq avançou 1,00%, assim como o S&P 500 e Dow Jones, que subiram 0,75% e 0,58%, nessa ordem.

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A reação nos juros futuros foi uma resposta à piora na percepção de risco no país e teve apoio da subida nos rendimentos dos Treasuries (títulos do Tesouro americano). “A curva de juros está ‘feia’. Não é um absurdo, mas mostra um patamar de juro elevado no Brasil. Já a curva americana recuou um pouco nos últimos dias. Isso chama atenção”, diz o CIO da 3R Investimentos, Tomas Awad.

Dados mais fortes de atividade, do varejo e de serviços, apresentados no Brasil nos últimos dias também reforçaram as preocupações com o patamar de juros que o Banco Central terá que elevar a Selic para garantir a convergência da inflação à meta. A subida nos juros futuros teve reflexo em ações de bancos como Itaú, Bradesco e BTG Pactual, que fecharam o dia em queda de 1,10%, 0,45% e 1,59%, respectivamente, cotadas a R$ 36,97, R$ 15,55 e R$ 34,06, nessa ordem.

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Apenas Vale e Gerdau encerraram o pregão em alta entre as blue chips, com um avanço de 0,90%, a R$ 58,11 e de 0,16%, a R$ 18,60, respectivamente. Por outro lado, papéis ordinários da Petrobras recuaram 1,17%, a R$ 40,49, enquanto os preferenciais caíram 1,13%, a R$ 36,87.

Com o mercado precificando um juro mais elevado, o fluxo tende a diminuir na Bolsa. Nos últimos dias houve saída de investidores estrangeiros, o que dificulta uma alta do Ibovespa, acrescentou Fernando Bresciani, analista de renda variável do Andbank.

Até terça-feira (10), investidores estrangeiros acumularam um déficit mensal de recursos no segmento secundário da B3 (ações já listadas) de R$ 1,69 bilhão. No ano, o saldo negativo chegou a R$ 28,25 bilhões.

Do lado fiscal, investidores citaram também a preocupação com dois alertas recentes feitos pelo Tribunal de Contas da União (TCU) no sentido de que a credibilidade das metas fiscais poderá ser afetada se o governo mirar o limite inferior da banda da meta de resultado primário.

A notícia de que o governo federal deve criar um auxílio emergencial para pescadores atingidos pela seca, relevado pelo g1, também ajudou a reforçar os temores fiscais.

Em entrevista à GloboNews, o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, afirmou que a ideia é antecipar o “Seguro Defeso”, benefício que deve ser dado a mais de 90 mil pessoas que vivem da pesca artesanal e que sofrem quando não é possível realizar atividades devido à piracema, período em que há reprodução dos peixes.

“Parece que o governo vai gastar mais e ficar ainda mais longe de um equilíbrio fiscal”, afirmou um operador.

No exterior, investidores repercutiram o Índice de Preços ao Produtor (PPI) nos Estados Unidos, que trouxe um número em linha com o esperado, mas o núcleo ficou em 0,3% em agosto ante julho, levemente acima do consenso de 0,2%. Os dados aumentaram as apostas de que o Federal Reserve (Fed) deverá iniciar o ciclo de cortes com um ajuste de 0,25 ponto.

*Com informações do Valor Econômico

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