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Ibovespa tem 10ª alta seguida e sobe 2,08% em 5 pregões; dólar fecha 6ª em queda e cai 0,56% na semana
O Ibovespa manteve tendência positiva no último pregão da semana e avançou pela décima sessão consecutiva, na medida em que investidores seguiram à procura de ofertas na bolsa enquanto ponderam a melhora dos cenários interno e externo nos últimos dias.
Prévias operacionais de algumas companhias listadas, o volume de serviço do país e a leitura de junho do índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos também se mantiveram no radar.
Ibovespa hoje
No fim do dia, o índice subiu 0,47%, aos 128.897 pontos, acumulando ganhos de 2,08% na semana. Nas mínimas intradiárias, tocou os 128.002 pontos, e, nas máximas, os 129.015 pontos.
O volume financeiro negociado na sessão (até as 17h15) foi de R$ 12,56 bilhões no Ibovespa e R$ 17,42 bilhões na B3.
A melhora do cenário macro local, após o governo prometer disciplina fiscal, e dados de inflação abaixo das expectativas por aqui e nos EUA, indicando que o próximo movimento dos juros pode ser para baixo, permitiu que investidores olhassem com mais interesse para a bolsa, que está, segundo analistas, com preços muito atrativos.
Assim, o índice chegou a sua décima alta seguida hoje, apesar da correção de alguns papéis cíclicos domésticos, que lideraram os ganhos nos últimos dias.
Um gestor de ações de um grande fundo local afirma que, depois do movimento recente, o técnico da bolsa já não está tão leve, mas ainda a dinâmica segue positiva.
“Não estamos tão otimistas quanto estávamos no início de junho, mas ainda enxergamos valor em muitos papéis da bolsa”, afirma.
“Para definir a sustentabilidade do rali do curto prazo, precisamos ter mais clareza sobre o compromisso fiscal do governo. E isso vai poder ser visto claramente no comportamento do câmbio.”
Na sessão, Eletrobras ON subiu 1,27%, após colocar ações da ISA Cteep PN (-4,24%) à venda; Vale ON teve ganhos de 1,47%, em dia de alta do minério de ferro e com acordo com a BHP no radar; e B3 ON avançou 4,16%, após divulgar dados operacionais de junho.
Segundo analistas do Goldman Sachs, apesar da queda mensal no volume negociado, os dados ainda ficaram 2% acima das projeções do banco. Enquanto as receitas mensais e trimestrais superaram as expectativas em 1%, com taxas mais altas do que o esperado.
“Esperamos que o EBITDA cresça no trimestre, devido às melhores tendências de receita em todos os segmentos, e que o lucro líquido aumente, uma vez que a amortização relacionada à CETIP não deverá mais impactar os resultados. No entanto, notamos que o volume negociado de ações para julho apresenta uma tendência significativamente mais fraca, em R$ 19,4 bilhões”, dizem os analistas, mantendo recomendação neutra.
Dólar hoje
O dólar comercial encerrou a sessão desta sexta-feira em queda moderada, após um movimento de recuperação do real que seguiu uma primeira etapa de negócios negativa para a moeda local.
Mais cedo, uma suposta nova intervenção cambial no Japão levou o iene às máximas e novamente pesou contra o real, devido à relação da divisa brasileira com a japonesa em operações de “carry-trade”.
Esse movimento, contudo, não se sustentou e o real se alinhou com a tendência global de enfraquecimento do dólar, ainda que com desempenho aquém de pares latino-americanos.
O dólar à vista fechou em queda de 0,20%, a R$ 5,4310, após bater na máxima intradiária de R$ 5,4656 e na mínima de R$ 5,4155. No acumulado da semana, o dólar anotou queda de 0,56%. Já o euro comercial subiu 0,18% hoje e 0,03% na semana, a R$ 5,9230.
No exterior, o índice DXY – que mede o dólar ante uma cesta de seis moedas pares – exibia queda de 0,33%, a 104,09 pontos, por volta de 17h05.
No mesmo horário, o dólar caía 0,76% ante o peso mexicano; 0,90% ante o peso chileno; e 0,58% ante o peso colombiano.
Bolsas de Nova York
As bolsas de Nova York fecharam o pregão dessa sexta-feira em alta, com destaque para o Índice Dow Jones que fechou pela primeira vez acima dos 40 mil pontos, batendo seu recorde histórico. As ações foram impulsionadas pela expectativa de que o Federal Reserve (Fed) comece a cortar os juros em setembro e realize mais cortes do que o previamente esperado depois que dados mostraram uma desaceleração da inflação.
Apesar do índice de preços ao produtor (PPI) de junho ter vindo em 0,2%, acima dos 0,1% esperados, os componentes que provocaram a alta maior não fazem parte do índice de preços de gastos com consumo (PCE), a métrica de inflação preferida do Fed.
Michael Gapen, economista para os EUA do Bank of America afirma que, na verdade, os itens que fazem parte do PCE vieram mais fracos que o esperado, indicando que a desinflação voltou aos trilhos.
“Com o relatório do PPI de hoje em mãos, prevemos que o núcleo do PCE avançará 0,17%em junho, uma queda de 4 pontos-base em relação à nossa estimativa preliminar após o relatório do CPI. Numa base anualizada, isto estaria em linha com a meta inflacionária de 2% do Fed”, avalia.
Com a expectativa de cortes aumentando para três, segundo o CME Group, ações de empresas de consumo discricionário, concessionárias e matérias-primas – que mais se beneficiam de juros altos – impulsionaram a alta do Dow Jones. Intel subiu 3% e a IBM avançou 2,5%.
Destaque também para a empresa de energia solar Enphase Energy, que saltou 6,8% e sustentou o S&P 500, fazendo o índice registrar alta de mais de 1% durante o pregão depois da realização de lucros registrada ontem. Nasdaq também se recuperou das perdas de ontem, amparadas por algumas big techs. Nvidia subiu 1,47% e Apple ganhou 1,31%
Já o setor bancário – que iniciou a safra de balanços do segundo trimestre hoje – decepcionou. Wells Fargo caiu 6%, JPMorgan recuou 1,21% e Citigroup perdeu 1,80%.
No fechamento, o índice Dow Jones fechou com alta de 0,62% a 40.000,90 pontos, S&P 500 avançou 0,55% a 5.615,35 pontos e Nasdaq ganhou 0,63% a 18.398,44 pontos. Na semana, o Dow Jones ganhou 1,59%, S&P 500 subiu 0,87% e Nasdaq avançou 0,25%.
Bolsas da Europa
Os principais índices acionários europeus fecharam o dia em alta, em meio ao aumento das apostas de cortes nos juros do Federal Reserve (Fed) neste ano, após a divulgação de dados de inflação dos Estados Unidos.
O índice Stoxx 600 subiu 0,88%, a 524,08 pontos, atingindo o maior nível em um mês. O CAC 40 de Paris subiu 1,27%, para 7.724,32 pontos. O FTSE da bolsa de Londres teve alta de 0,36%, para 8.252,91 pontos. O DAX de Frankfurt, por sua vez, avançou 1,15% a 18.748,18 pontos.
No acumulado da semana, o Stoxx subiu 1,45%, o CAC 40 avançou 0,63%, o FTSE ganhou 0,60% e o DAX teve alta de 1,48%.
Dados divulgados ontem mostraram que o índice de preços ao consumidor (CPI) dos EUA desacelerou em junho. Já o índice de preços ao produtor (PPI), divulgado hoje, veio levemente acima do esperado.
Apesar dos dados de hoje, os investidores “definitivamente obtiveram evidências” de que a inflação está no caminho certo para justificar um corte nas taxas do Fed mais cedo ou mais tarde após os dados, aponta a analista do Swissquote Bank, Ipek Ozkardeskaya, em nota.
No front corporativo, destaque para ações da Ericsson, que fecharam em alta de 4,4% após a companhia reportar um declínio menor que o esperado em sua receita no segundo trimestre.
Com informações do Valor Econômico
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