O que esperar do Ibovespa nesta semana? Estrategista de ações do Itaú BBA responde três perguntas sobre o que vem pela frente na bolsa de valores

A Inteligência Financeira pediu para Victor Natal, estrategista de ações para pessoa física do Itaú BBA, responder três perguntas sobre bolsa de valores. O primeiro questionamento solicitava um resumo da semana que passou. Os outros dois tratavam do futuro: como a bolsa vai se comportar na semana que começa para valer nesta segunda-feira (10)?

Victor topou responder. Para o especialista, a semana está dividida entre divulgações de dados macroeconômicos importantes no Brasil e Estados Unidos e a continuidade da temporada de balanços. Mas a bolsa deve oscilar mesmo a partir do macro. “O Ibovespa deve responder positivamente se os dados mostrarem desaceleração dos dados de inflação”.

Leia a seguir as três perguntas e as respostas de Victor Natal que foram concedidas na sexta-feira (7).

Como você avalia a semana do Ibovespa? Os destaques e pontos negativos da última semana quais foram na sua opinião?

Tivemos a segunda semana de (Donald) Trump como presidente, seguindo sua política mais protecionista e anunciando a implementação de tarifas comerciais.

Apesar das tensões comerciais, a taxa de câmbio local voltou a operar abaixo do patamar de R$ 5,80/dólar.

Além disso, a ata do Copom apresentou um tom mais duro do que o comunicado da última decisão e os dados de emprego nos EUA voltaram a mostrar resiliência da atividade econômica.

Com taxa de câmbio em níveis mais baixos e com a ata mais dura do Copom, o Ibovespa subiu cerca de 4% na semana.

O que esperar do Ibovespa nesta semana?

Nesta semana, teremos a aceleração da temporada de divulgação de resultados, além de pontos relevantes a serem acompanhados no ambiente macroeconômico.

No Brasil, pelo lado macro, as atenções estarão voltadas à divulgação dos dados de IPCA referentes a janeiro. Além disso, ao longo da semana serão divulgados (os dados da) Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) e Vendas no Varejo (PMC). 

Do lado das empresas, destacamos os resultados de Suzano, BTG, Suzano, Usiminas, Totvs e Caixa Seguridade.

Nos EUA, ao longo da semana serão divulgados os dados de inflação (CPI), vendas no varejo, Índice de Preços ao Produtor (PPI).

Também vale acompanhar o discurso de Jerome Powell, presidente da reserva federal dos Estados Unidos, ao congresso americano, pois além de outros temas ele falará também de política monetária.

De maneira geral, o macro, tanto de EUA quanto de Brasil, deve mexer muito mais com o Ibovespa do que os resultados das companhias.

Nesse sentido, o Ibovespa deve responder positivamente se os dados mostrarem desaceleração dos dados de inflação.

Quais ações podem se destacar e quais é melhor se afastar? Ou quais setores podem ter desempenho e quais podem ter desempenho negativo?

Nesse momento de indefinição macroeconômica, preferimos nos manter defensivos e mais expostos aos setores/empresas resilientes, bons geradores de caixa e exportadoras.

Focando especificamente em resultados, temos boas expectativas para BTG, Totvs e Usiminas.