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Ibovespa cai quase 2% por medo de aumento de juros nos EUA
Os ativos financeiros locais operam sob pressão antes da abertura do pregão regular da B3 nesta sexta-feira (22), que deve ser de volatilidade elevada para o Ibovespa. Na volta do feriado de Tiradentes, os investidores se deparam com um cenário global de maior aversão ao risco, já que, na véspera, o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, chancelou a hipótese de que o banco central americano deve promover altas de juros de 0,50 ponto percentual em seu ciclo de aperto monetário.
O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, recuava 1,9% às 10h40, aos 112.228 pontos. Após terem recuado de modo expressivo na véspera – o S&P 500 caiu 1,48%, o Dow Jones cedeu 1,05% e o Nasdaq recuou 2,07% – os futuros em Wall Street operam próximos da estabilidade nesta sexta-feira. No mesmo horário citado acima, os contratos futuros do Dow Jones recuavam 0,22%, do S&P 500 perdiam 0,07% e os do Nasdaq avançavam 0,22%.
Em debate sobre a economia global organizado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) ontem, o líder da autoridade monetária americana reconheceu que os membros do Federal Reserve cogitam acelerar o ritmo de aperto no país e que podem elevar as taxas de juros em 0,50 ponto percentual.
A declaração fez disparar as apostas dos agentes financeiros por uma alta de juros de 0,50 ponto percentual na próxima reunião da instituição, em maio, e empurrou para cima os rendimentos dos Treasuries, ampliando o ambiente de aversão global ao risco.
“De fato, o presidente do Federal Reserve sinalizou ontem que pode acelerar a velocidade de ajuste na próxima reunião. Na visão de Jerome Powell, um aumento de 0,5 ponto percentual da taxa de juros dos Estados Unidos em maio é “uma opção”. Outros dirigentes do comitê reconheceram também a possibilidade de “algumas” altas dessa magnitude ao longo do ano. Nos mercados, o tom mais agressivo da autoridade monetária colocou os investidores em defensiva nesta manhã”, afirma a equipe de pesquisa econômica do Bradesco.
Além do cenário global mais desafiador, os agentes locais voltam a encarar o aumento das tensões políticas entre os poderes da República, após o presidente Jair Bolsonaro ter concedido perdão ao deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 8 anos e 9 meses de prisão por ataques à democracia.
Segundo a equipe da LCA, a expectativa para os ativos brasileiros hoje é desfavorável. “Em primeiro lugar, por conta do ambiente externo negativo. Além disso, o episódio do indulto de Bolsonaro para um aliado político, o deputado Daniel Silveira, condenado pelo STF, aumenta a tensão política”, dizem os profissionais da consultoria.
Vale também pontuar que a liquidez deve se manter reduzida hoje por conta do feriado de Tiradentes, celebrado ontem, fato que pode exacerbar a volatilidade no mercado local.
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