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Ibovespa fecha semana em queda com tensão geopolítica
Em linha com seus principais pares globais, o Ibovespa vinha buscando uma recuperação no pregão desta sexta-feira (18). Mas a tensão entre Rússia e Ucrânia, também protagonizada pelos Estados Unidos, voltou a pesar no mercado financeiro brasileiro.
Como a Bolsa vai ficar fechada por dois dias por causa do final de semana, os investidores buscaram proteção caso um conflito estoure quando não puderem mexer em suas aplicações.
O Ibovespa fechou em queda de 0,57%, aos 112.880 pontos. Com as perdas do dia, o Ibovespa acumulou queda de 0,61% na semana e pôs fim à sequência de cinco semanas consecutivas de ganhos. No saldo de fevereiro, a alta ainda é de 0,66%.
O dólar comercial caiu 0,52%, a R$ 5,14. Na semana, a moeda acumulou baixa de 1,93%. Esta é a sexta semana consecutiva de queda do dólar ante o real em um cenário de volta de investimento estrangeiro ao Brasil na busca por juros altos.
Com estoques de petróleo acima do consenso nos EUA e a tensão geopolítica, o preço do combustível oscila em um patamar historicamente alto. Nesta sexta, o contrato do petróleo Brent para abril fechou em alta de 0,61%, a US$ 93,54 por barril, na ICE, em Londres, enquanto o do WTI para março recuou 0,75%, a US$ 91,07 por barril na Bolsa de Mercadorias de Nova York.
Paralelamente, a produção do produto pela Petrobras no Brasil cresceu 6,4% em janeiro, na comparação com dezembro. Foram produzidos, em média, 2,2 milhões de barris diários no mês passado, alta de 2,8% ante janeiro de 2021.
Pesará, nos mercados de commodities e acionário, nos próximos dias, a extensão ou não das tensões na Rússia. Nesta manhã, as ações ensaiam recuperação, diante da possibilidade de um diálogo entre o secretário de Estado dos EUA, Anthony Blinken, e o ministro das relações exteriores da Rússia, Sergei Lavrov. Blinken propôs uma reunião diplomática de última hora com seu colega russo na próxima semana que, segundo ele, poderia levar a uma cúpula dos principais líderes para discutir a situação na Ucrânia.
Por outro lado, rebeldes ucranianos pró-Rússia anunciaram uma retirada de civis temendo uma ação do governo da Ucrânia. Os EUA vê o ato com desconfiança, já que pode ser um pretexto para uma invasão russa.
Segundo Fábio Focaccia, diretor de estratégia da Santa Fé Investimentos, o cenário gera muita incerteza nos mercados. “Estamos preocupados com a possível invasão por parte da Rússia. É um cenário difícil de se trabalhar por não sabermos ao certo o que está acontecendo”.
Enquanto isso, países mais arriscados têm pago o preço da incerteza. “Os mercados emergentes estão sofrendo com a volatilidade injetada pelas tensões geopolíticas entre EUA e Rússia e pela inflação global”, alerta a equipe de pesquisa para mercados emergentes do Barclays. “Os emissores soberanos de mercados emergentes adiaram seus programas de emissão devido à volatilidade do mercado”, emenda os profissionais. Segundo eles, a precificação dos mercados de juros de países da região é muito pessimista e é provável que as moedas emergentes permaneçam voláteis.
O Brasil, porém, ainda tem um forte fluxo de investimento de estrangeiro, que veem os ativos locais como baratos. “O Brasil estava muito defasado e o real ainda tem espaço para se fortalecer. Estamos cautelosamente otimistas com o país”, diz Focaccia.
Mas não só as tensões em relação à Ucrânia têm ajudado a dar o tom dos mercados. A ata da última reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) fortaleceu a chance de um aperto de 0,5 ponto em março.
Empresas
Entre as companhias abertas, o destaque da semana foi a divulgação de resultados trimestrais.
Nesta sexta, a Rumo informou que registrou prejuízo líquido de R$ 384 milhões no quarto trimestre do ano passado, revertendo o lucro de R$ 3 milhões do ano anterior, reflexo da quebra da safra de milho em 2021. Já a Taesa registrou lucro líquido de R$ 423,1 milhões no quarto trimestre de 2021, um recuo de 44% sobre o lucro líquido de R$ 750,1 milhões registrado no quarto trimestre de 2020.
Cielo dispara
A maior alta do Ibovespa no pregão foi da Cielo, que informou que sua subsidiária integral Cielo USA celebrou, nesta quinta-feira (17), contrato para a venda da totalidade das ações da Merchant E-Solutions para SamIAcquisition, uma subsidiária da Integrum Holdings. Segundo o fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o valor total da transação é de até US$ 290 milhões. As ações ordinárias da credenciadora tiveram ganhos de 12,30%, a R$ 2,83.
(Com Valor PRO, o serviço de notícias em tempo real do Valor Econômico)
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