- Home
- Mercado financeiro
- Ibovespa
- Lucro por ação das empresas que compõem o Ibovespa desacelera no 2º trimestre
Lucro por ação das empresas que compõem o Ibovespa desacelera no 2º trimestre
A temporada de balanços do segundo trimestre mostrou claramente o impacto da alta dos custos e das despesas financeiras nos resultados, diz o Bank of America (BofA). O banco americano destaca que empresas que compõem o Ibovespa tiveram alta de 21% nas receitas, enquanto o Ebitda avançou 9% e o lucro por ação caiu 22%.
Os analistas David Beker, Paula Andrea Soto e Carlos Peyrelongue escrevem que, retirando empresas exportadoras de commodities, o faturamento subiu 20% em um ano, enquanto o Ebitda e o lucro por ação caíram, as duas, 5% ante o segundo trimestre de 2021.
Na comparação com o primeiro trimestre, o BofA destaca que as receitas subiram 11%, enquanto o Ebitda avançou 9% e o lucro por ação teve recuo de 6%. Retirando as empresas do setor de commodities, as receitas subiram 8%, o Ebitda teve queda de 9% e o lucro por ação apresentou retração de 13%.
Entre os setores, os analistas chamam atenção para petróleo e gás, com Petrobras apresentando fluxo de caixa livre acima do esperado, enquanto Prio teve custos operacionais menores que o esperado. Em distribuidoras, Vibra teve resultados mistos, com varejo decepcionando, enquanto Raízen recuperou margens.
No segmento de materiais básicos, as siderúrgicas Gerdau e Usiminas tiveram um segundo trimestre acima da expectativa, enquanto a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) ficou abaixo do esperado. Vale e CSN Mineração tiveram custos acima do esperado, enquanto volumes decepcionaram.
No varejo, as empresas ligadas ao consumo de alta renda, como Arezzo&Co, Track & Field, Grupo Soma, Lojas Renner e Vivara, apresentaram boa geração de receitas e margem. No comércio eletrônico, Magazine Luiza decepcionou. Entre supermercados, resultados mistos, com Assaí e Carrefour Brasil como destaques positivos.
As companhias de serviços públicos (utilities) tiveram números decepcionantes no segundo trimestre, enquanto imobiliárias vieram em linha, com destaque para alta renda. Telecomunicações teve crescimento orgânico robusto, enquanto educação teve sinais de recuperação.
BTG: Temporada com resultados em linha
Os resultados das empresas brasileiras no segundo trimestre não chamam muita atenção, diz o BTG Pactual, com receitas e Ebitda das companhias — retirando Petrobras e Vale — superando as estimativas em apenas 3,5% e 2,1%, respectivamente. Já os lucros do período ficaram 5,4% abaixo das projeções.
Os analistas Carlos Sequeira e Osni Carfi escrevem que nas empresas domésticas, as receitas e Ebitda superaram em 2,4% e 2,2% as estimativas, enquanto o lucro foi 4,7% aquém do esperado. No entanto, retirando Azul e Gol, o lucro teria superado as expectativas em 3%.
“No lado positivo, bancos (principalmente Banco do Brasil) e empresas de bens de capital (lideradas por Embraer) apresentaram números acima do esperado”, comentam. Exportadoras de commodities superaram as expectativas do BTG em 4,7% nas receitas, 3,5% em Ebitda e 35,4% em lucro, impulsionadas pelos preços.
Na comparação anual, os números foram fracos, afirmam os analistas. Enquanto as receitas subiram 21% ante o segundo trimestre de 2021, o Ebitda caiu 2,3% e o lucro despencou 42,6%. A margem Ebitda sofreu retração de 3,87 pontos percentuais no ano, por conta de menores margens das exportadoras de commodities.
De acordo com o banco, a alta robusta nos juros em um ano aumentou as despesas financeiras das companhias, pressionando os lucros. Retirando bancos e aéreas, o lucro das empresas domésticas recuou 27% no ano, apontam, sofrendo um impacto maior dos juros do que o esperado.
Leia a seguir