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Ibovespa tem leve alta com preocupação geopolítica ofuscando fluxo de estrangeiros
A aversão global ao risco limitou o movimento no mercado financeiro nesta segunda-feira (14), apesar da elevada demanda de estrangeiros por ações brasileiras.
Às 18h, o Ibovespa, principal índice acionário do país, subia 0,29%, aos 113.899 pontos, após ter oscilado entre perdas e ganhos ao longo do dia.
Segundo dados da B3, R$ 42,28 bilhões em recursos estrangeiros já entraram no mercado secundário à vista da bolsa local apenas em 2022.
De acordo com agentes financeiros, a entrada expressiva de recursos no mercado acionário está relacionada à reprecificação ocorrida nos ativos financeiros desde a mudança de postura por parte de membros do banco central americano em direção a um aperto monetário mais célere nos Estados Unidos.
O movimento, que é global, vem beneficiando ativos mais ligados ao crescimento e ações de “value” (de empresas que estão com preço abaixo do seu valor justo), em detrimento de ações mais ligadas a teses de crescimento seculares.
“Desde a última semana de dezembro, as entradas para fundos de ações de ‘value’ e cíclicos – US$ 41 bilhões – ganharam ritmo, enquanto os fundos de crescimento seculares tiveram saídas de US$ 5 bilhões. Historicamente, essa rotação está intimamente ligada a um aumento nos rendimentos dos títulos”, aponta a equipe de estratégia global do Deutsche Bank.
Apesar do bom desempenho das ações locais e de emergentes, como um todo, eles apontam que os fluxos continuaram tendo como destino, principalmente, as ações dos Estados Unidos. “Em todas as regiões, as entradas de ações continuaram a beneficiar amplamente os fundos dos EUA (US$ 85 bilhões), globais (US$ 57 bilhões) e EM (US$ 37 bilhões) durante este período, mas os fundos europeus (US$ 12 bilhões) estão notavelmente vendo uma virada com entradas robustas após vários meses de saídas”, afirmam.
A dinâmica de juros mais altos, segundo os profissionais do banco alemão, podem continuar impulsionando entradas de recursos em fundos de ações. “Como lembrete, o grande aumento nas taxas em torno do taper tantrum, de 2013, provocou entradas de mais de US$ 300 bilhões para fundos de ações nos 12 meses seguintes, em meio a saídas de fundos de títulos”, concluem.
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