Ibovespa segue baixa do mercado internacional no dia, mas sobe 14,48% no primeiro trimestre

Dólar comercial tem desvalorização de 14,63% ante o real de janeiro a março

A B3, Bolsa de Valores de São Paulo (Foto: Cris Faga/Estadão Conteúdo/Reprodução Globo/G1)
A B3, Bolsa de Valores de São Paulo (Foto: Cris Faga/Estadão Conteúdo/Reprodução Globo/G1)

Em sessão de forte volatilidade, o Ibovespa até começou a sessão em alta aproveitando o fechamento da curva de juros, mas não teve forças para se descolar do pessimismo dos mercados globais. Investidores globais seguem monitorando o avanço da inflação nos Estados Unidos e o prolongamento da guerra na Ucrânia.

O Ibovespa encerrou o último pregão do primeiro trimestre com recuo de 0,22%, aos 119.999,23 pontos. No mês, o índice encerrou com ganhos acumulados de 6,06% e o primeiro trimestre de 2022 avançando 14,48%.  Entre as maiores altas, Sabesp ON ganhou 5,46%, Cielo ON subiu 4,36%, Cemig PN cresceu 2,98% e Eletrobras ON avançou 2,79%. Na outra ponta, Méliuz ON caiu 5,54%, Americanas ON cedeu 5,5% e PetroRio ON recuou 5,06%.

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O petróleo recuou, refletindo a notícia que vem da Casa Branca, de que os EUA devem liberar um fluxo constante de petróleo de seus estoques ao longo de alguns meses, caso os preços do petróleo permaneçam elevados. “Parece mais um esforço conjunto e mais significativo, que pode ter um pouco mais de peso”, disse James Athey, gerente de investimentos da Abrdn.

A notícia sobre a intenção de Washington veio antes da reunião mensal da Opep+, que, segundo fontes, irá ajustar para cima produção mensal de petróleo para 432 mil barris por dia em maio, cedendo em parte à pressão dos EUA e de outros países importadores para bombear mais petróleo de modo a reduzir os preços da commodity. Há, ainda, a expectativa pela reunião da Agência Internacional de Energia (AIE, na sigla em inglês), que também deve anunciar uma liberação coordenada de estoques de petróleo.

Na China, o índice oficial do gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) caiu para o intervalo que indica contração, de 51,2 para 48,8, com os lockdowns estabelecidos para travar o avanço do coronavírus acentuando uma desaceleração que já era visível nos últimos meses. O movimento, segundo analistas, pode impactar países exportadores.

“Entendo que o impacto das ondas da covid tendem a ser acentuados, porém pontuais. Contudo, a China já vinha lidando com um problema no mercado imobiliário e com sinais de desaceleração. Esta onda da pandemia é mais um choque exógeno em uma economia já fragilizada. Acredito que ainda estamos na fase (na tese de mercado) em que a inflação está dominando as manchetes e as mesas de operação. Mas imagino que, nos próximos meses, o tema desaceleração econômica e eventual recessão irá ganhar corpo”, diz Dan Kawa, CIO da TAG Investimentos.

Domesticamente, o mercado repercute ainda a possibilidade de reajuste de 5% a ser concedido pelo governo federal aos servidores públicos, o que pode impactar a percepção de risco fiscal dos investidores. A medida seria válida a partir de julho e custaria ao menos R$ 5 bilhões. O problema é que o reajuste não caberia no teto de gastos, que possui, no momento, margem disponível de R$ 1,7 bilhão para reajustes.

Dólar

O dólar recuou nesta quinta-feira (31) e fechou o mês e o trimestre com forte queda frente ao real.

A moeda norte-americana caiu 0,57%, a R$ 4,7592. Na mínima do dia, chegou a R$ 4,7218.

No dia anterior, o dólar fechou em alta de 0,61%, a R$ 4,7866. Com o resultado desta quinta, acumulou queda de 7,70% no mês. No ano, tem baixa de 14,63% frente ao real.

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