Ibovespa avança e termina mês com ganhos de 4,79%; dólar comercial acumula baixa de 1,79%
Índice americano S&P 500 avançou 9,1% em julho, seu melhor mês desde novembro de 2020
A Bolsa de Valores brasileira B3 fechou em alta nesta sexta-feira (29), impulsionada por fortes ganhos das ações da Petrobras (PETR3, PETR4), que refletiram a notícia de que seu balanço do segundo trimestre foi melhor do que o esperado.
O Ibovespa, principal índice acionário do país, subiu 0,55%, para 103.164 pontos, na atual sessão. Com o resultado, fechou a semana em elevação de 4,28%, acumulando um avanço de 4,79% em julho.
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O mercado brasileiro também foi impulsionado pelo otimismo nos Estados Unidos. O índice S&P 500 fechou em alta de 1,42%, o que significa que em julho subiu 9,1% no seu melhor mês desde novembro de 2020, quando começaram a surgir notícias de uma vacina eficiente contra o novo coronavírus. O Dow Jones subiu 0,97% e o Nasdaq Composite avançou 1,88% nesta sexta (29).
O dólar comercial avançou 0,21% ante o real hoje, vendido a R$ 5,1727. Na semana, porém, a moeda norte-americana teve queda de 5,9%. No mês, a baixa foi de 1,79%.
Petrobras é destaque da Bolsa
As ações ordinárias da Petrobras (PETR3) dispararam 6,42% no pregão de hoje, enquanto as preferenciais (PETR4) subiram 5,76%. A forte alta se dá por uma soma de fatores. Os principais são o anúncio na véspera de que o lucro operacional da companhia chegou a R$ 96,43 bilhões no segundo trimestre, valor 85% maior que o do mesmo período de 2021 e recorde para qualquer trimestre.
Além disso, a empresa ainda anunciou, nesta quinta-feira, o pagamento de dividendos de R$ 6,73 por ação, o que desencadeou uma corrida para comprar o papel. O avanço do petróleo Brent também ajuda a ação da Petrobras. O contrato para outubro da commodity subiu 2,10% e fechou negociado a US$ 103,97 por barril.
Já a ação da Vale (VALE3) foi um contrapeso no mercado hoje. O papel recuou 1,33% depois que a mineradora reportou lucro líquido 49,7% menor no segundo trimestre na comparação com o mesmo período no ano passado.
As ações de varejistas dominaram, mais uma vez, a ponta negativa do Ibovespa. Americanas (AMER3) recuou 7,22%, Magazine Luiza (MGLU3) caiu 5,15% e Via (VIIA3) fechou em queda de 4,38%.
Indicadores econômicos no radar
O noticiário econômico foi movimentado nesta sexta-feira. Enquanto os investidores ainda digeriam o PIB (Produto Interno Bruto) dos Estados Unidos, que caiu 0,9% no segundo trimestre enquanto o esperado por economistas consultados pelo The Wall Street Journal era de um avanço de 0,3%, um dado importante de inflação no país foi divulgado nesta sexta.
O núcleo do PCE (índice de preços de gastos com consumo, na sigla em inglês) avançou 0,6% em junho na comparação com maio, enquanto o mercado esperava alta de 0,5%, segundo a Refinitiv.
A divulgação do PIB preliminar do segundo trimestre da zona do euro também esteve no radar dos investidores. O indicador subiu 0,7% ante o trimestre anterior e 4% na comparação com o mesmo período do ano passado, superando a expectativa dos analistas consultados pelo The Wall Street Journal de uma alta de 3,4%.
No noticiário econômico nacional, investidores analisaram a queda na taxa de desemprego para 9,3% em julho, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Apesar da maior abertura de vagas, o rendimento médio habitual ficou estável em R$ 2.652,00, mesmo com a alta da inflação.
“A criação de vagas pode e vai continuar melhorando. Contudo, a renda permanecerá baixa com inflação e uma ociosidade ainda grande no mercado de trabalho, o que evita que o salário suba mais fortemente em termos nominais para dar conta da inflação mais persistente”, analisa André Perfeito, economista-chefe da Necton.
Resumo da semana
A semana foi movimentada no mercado financeiro. A notícia mais importante veio na quarta-feira, quando o Federal Reserve (o banco central dos EUA) anunciou um aumento de 0,75 ponto percentual na taxa básica de juros dos Estados Unidos.
O mercado reagiu bem à decisão que não trouxe surpresas e gostou ainda mais da entrevista coletiva concedida pelo presidente da autarquia, Jerome Powell. Ele disse que a autarquia não hesitaria em elevar as taxas em 1 ponto percentual, mas que o cenário não se mostrou propício para isto.
Depois do anúncio, o dólar teve a maior queda da semana, fechando em baixa de 1,92% ante o real, a R$ 5,2493. O Nasdaq Composite, que reúne as principais empresas de tecnologia do mundo, disparou e fechou em alta de 4,06%,
Os anúncios de que o PIB dos EUA, que caiu 0,9% no segundo trimestre, e da Europa, que subiu 4%, segundo prévia, também foram importantes para o mercado nesta semana. A temporada de balanços continua agitando os mercados. Vale, Petrobras, Carrefour, GPA, Telefônica, Neoenergia, Santander e Gol foram algumas das empresas que divulgaram os balanços do segundo trimestre.
Resumo do mês
O início do mês de julho foi tenso. Novos dados de inflação acima das expectativas, nos EUA, fizeram crescer as apostas em novas altas de juros, o que é sempre má notícia para a Bolsa, especialmente de países emergentes como o Brasil. Enquanto os investidores saíam dos ativos considerados de maior risco em busca de refúgio nos títulos do Tesouro americano, o real também sofreu.
Mas, da segunda metade do mês em diante, os investidores ficaram mais otimistas com a situação. Os sinais de desaceleração da economia americana levaram o mercado a apostar que o Fed poderia ser menos duro na sua estratégia de política monetária.
A aprovação da PEC das bondades, embora signifique total desrespeito ao teto de gastos, ao menos acabou com a incerteza relativa ao aumento de despesas do governo federal enquanto o presidente Jair Bolsonaro (PL) luta pela reeleição.
Em julho, das 90 ações do Ibovespa, 62 acumularam ganhos. No ramo da tecnologia, a maior disparada do mês foi da prestadora de serviços de internet Locaweb, com 19,75%. As ações da varejista Via tiveram ganho total de 26,04%. No ramo de construção, a liderança ficou quase empatada entre Eztec, com 17,65% de alta, e MRV, com 17,16%. Ações da fabricante de cosméticos Natura &CO, com 16,10% de alta, também foram destaque, assim como as da Alpargatas, que subiram 14,89%.