Mercado repercute aprovação da reforma tributária, de olho nos dados de emprego dos EUA

Investidores irão calibrar suas projeções econômicas e reposicionar carteiras de investimentos com aprovação da reforma tributária e cenário de emprego nos EUA

Entrada do prédio da Bolsa de SP - Foto: Werther Santana/Estadão Conteúdo
Entrada do prédio da Bolsa de SP - Foto: Werther Santana/Estadão Conteúdo

O mercado repercute nesta sexta-feira (7) a aprovação em dois turnos da reforma tributária na noite de quinta-feira (6). A Câmara dos Deputados transferiu para sessão marcada para as 10 horas desta sexta a votação dos destaques, possíveis alterações ao texto aprovado em segundo turno. Somente depois de concluída esta etapa é que a proposta poderá ser enviada ao Senado Federal.

Investidores também se preparam nesta sexta para a divulgação do Payroll, indicador do mercado de trabalho dos Estados Unidos (EUA). Economistas consultados pelo The Wall Street Journal estimam que os empregadores dos EUA tenham gerado 240.000 novos empregos em junho, abaixo do ganho de 339.000 em maio, mas ainda apontando um sólido primeiro semestre de 2023 para o mercado de trabalho americano. Os analistas de mercado nos EUA esperam ver a taxa de desemprego de junho cair para um nível abaixo de 3,6%, ante os 3,7% registrados em maio.

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A expectativa do mercado com o Payroll dos EUA se deve à sua importância na definição dos juros pelo Federal Reserve, o Fed (banco central dos EUA). Um mercado de trabalho pujante indica vigor econômico e maior poder de consumo do trabalhador, num momento onde o Fed atua, por meio da política monetária, para controlar os preços e a inflação.

No Brasil, os investidores já incorporaram um tom de cautela, reduzindo o risco de suas carteiras de investimentos. O pregão da bolsa de valores de quinta-feira (6) foi marcado pelo movimento de venda de ações e alta robusta dos juros nos principais mercados globais. Dados preliminares do mercado de trabalho dos EUA, divulgados na quinta, alimentaram a leitura de que o Fed vai subir mais os juros nos próximos meses.

Nesta sexta, portanto, os investidores devem calibrar suas expectativas com relação aos próximos movimentos de política monetária do Fed já que serão divulgados pela manhã o relatório oficial do mercado de trabalho nos EUA.

Agenda econômica

08h: IGP-DI de junho (FGV)

09h30: Payroll de junho nos Estados Unidos

Mercado na quinta-feira (6)

O Ibovespa fechou em forte queda, de 1,78%, na quinta-feira, aos 117.426 pontos. O principal índice da Bolsa foi pressionado pelo ambiente de aversão ao risco no exterior.

Em Wall Street, as bolsas caíram diante dos receios do maior aperto monetário em economias desenvolvidas.

O índice Dow Jones fechou em queda de 1,07%, a 33.922,26 pontos; o S&P 500 recuou 0,79%, a 4.411,59 pontos; e o Nasdaq perdeu 0,82%, a 13.679,04 pontos.

A publicação do relatório da ADP pela manhã surpreendeu ao mostrar que o setor privado dos EUA criou 497 mil empregos em junho, quase o dobro do previsto por analistas da FactSet, indicando a resiliência do mercado de trabalho. As leituras dos índices de gerentes de compras (PMIs, na sigla em inglês) de serviços do país, medidos pelo ISM e pela S&P Global, também vieram acima do esperado pela FactSet. A probabilidade de o Fed aumentar sua taxa básica na próxima reunião deste mês subiu em resposta aos dados, derrubando os índices de Wall Street.

“As taxas de juros provavelmente permanecerão elevadas no curto prazo e o Fed permanecerá agressivo até que esteja claro que a inflação está a caminho de 2%”, escreveu a Oxford Economics após a divulgação do PMI do ISM.

Com tudo isso, houve uma valorização do rendimento dos Treasuries (títulos do governo americano), que se refletiu no avanço dos juros futuros locais.

Dólar

O dólar subiu 1,64% no pregão de quinta, a R$ 4,9298. Com a alta, a moeda emendou o quarto pregão consecutivo de avanço no mercado doméstico e já acumula valorização de 2,93% na semana.

Principal referência do apetite por negócios, o contrato de dólar futuro para agosto teve volume expressivo, acima de US$ 18 bilhões, o que sugere mudanças relevantes nas posições dos agentes. Investidores estrangeiros, que passaram junho “vendidos” em dólar futuro, viraram a mão neste início de mês e estão agora estão levemente “comprados”.

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