Mercado hoje: Ibovespa cai 1,67%, pressionado por incertezas locais; dólar fecha a R$ 5,22

Nem a maior valorização do minério de ferro nos últimos quatro meses foi capaz de dar apoio ao índice

Painel da Bolsa de Valores, a B3. Foto: Amanda Perobelli/Reuters
Painel da Bolsa de Valores, a B3. Foto: Amanda Perobelli/Reuters

O Ibovespa fechou com forte queda nesta quinta-feira, novamente pressionado pelas incertezas locais.

No pregão, os investidores seguiram monitorando o noticiário ligado à PEC de Transição, aprovada pelo Senado com impacto fiscal que pode ultrapassar os R$ 200 bilhões. O valor é distante do considerado ideal pelo mercado.

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Os agentes também repercutiram o anúncio do Copom e as especulações sobe a formação da equipe econômica. O nome do ex-ministro Fernando Haddad, que não é bem recebido pelo mercado, é o mais cotado para assumir a Fazenda.

O Ibovespa caiu 1,67%, aos 107.249 pontos.

Dólar sobe 0,22% e fecha a R$ 5,22

O dólar fechou com leve alta ante o real nesta quinta-feira, após operar próximo da estabilidade ao longo de todo o dia e ter registrado forte desvalorização na véspera.

No pregão, os investidores seguiram monitorando o noticiário ligado à “PEC de Transição”, após a proposta ser aprovada no Senado com impacto fiscal que pode ultrapassar os R$ 200 bi. Eles também repercutiram a decisão de juros por parte do Copom, que se mostrou mais vigilante quanto aos riscos fiscais.

O dólar subiu 0,22%, negociado a R$ 5,2160, após atingir a máxima de R$ 5,2210. O índice DXY, que mede o comportamento do dólar contra uma cesta de moedas fortes, caía 0,30%, aos 104,78 pontos, por volta das 17h, em Brasília.

Taxas de juros futuros ajustam-se em alta

Os juros futuros ajustaram-se em alta nesta quinta-feira, especialmente nos vértices mais longos. No pregão, os investidores repercutiram a aprovação da “PEC de Transição” no Senado, e o comunicado sobre a decisão de juros do Comitê de Política Monetária (Copom).

No dia, o destaque também foi para as especulações em torno da formação da equipe econômica do novo governo.

No fim do pregão regular, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 passou de 13,845% do ajuste anterior para 13,825% e a do DI para janeiro de 2025 avançou de 13,035% para 13,07%.

Já a do DI para janeiro de 2026 subiu de 12,79% para 12,86% e a do DI para janeiro de 2027 teve alta para 12,785% ante os 12,715% da leitura anterior.

PEC segue para a Câmara

Ontem, o Senado aprovou a PEC da Transição, com o mesmo texto que havia sido votado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ): impacto previsto de R$ 168 bilhões e prazo de dois anos.

Agora, a pauta segue para a Câmara dos Deputados, onde pode enfrentar resistências, conforme mostrou o Valor.

Juros mantidos

Também ontem, o Copom manteve a taxa Selic em 13,75% ao ano, como era esperado pela maior parte do mercado.

O colegiado também ampliou levemente suas projeções de inflação para 2022, 2023 e 2024.

O comunicado informou ainda que as discussões fiscais merecem atenção especial, no contexto da tramitação da PEC da transição no Congresso.

Minério de ferro tem novo recorde

Os preços do minério de ferro voltaram a subir nesta quinta-feira, alcançando o nível mais elevado desde o início de agosto no mercado à vista na esteira do aumento das importações pela China e das expectativas renovadas de que a produção de aço no país asiático, o maior do mundo também nesta indústria, ganhe tração com o relaxamento da política de covid zero.

No norte da China, o minério com teor de 62% de ferro encerrou o dia com ganho de 3%, a US$ 110,70 por tonelada, segundo índice Platts, da S&P Global Commodity Insights. Esse é o maior preço em mais de quatro meses.

Com isso, a valorização acumulada pela commodity em dezembro chegou a 9,4% no mercado à vista.

Em 2022, a principal matéria-prima do aço exibe, agora, baixa de apenas 7%. Há pouco mais de um mês, a desvalorização no ano superava 30%.

Na Bolsa de Commodity de Dalian (DCE), os contratos mais negociados, com vencimento em maio, subiram 1,4%, a 790 yuan por tonelada.

Segundo a autoridade alfandegária chinesa, as importações de minério subiram 4,1% em novembro, frente ao mês anterior, para 98,85 milhões de toneladas.

Ainda assim, os volumes permanecem abaixo dos vistos em 2021. Em novembro do ano passado, a China havia importado 105 milhões de toneladas da commodity.

O relaxamento das medidas de controle da covid-19 no país e estímulos do governo ao setor imobiliário, que responde por cerca de 40% do consumo de aço na China, têm aquecido a produção siderúrgica e a demanda de minério.

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