Mercado hoje: Ibovespa fecha praticamente estável com Brasília no radar

No pregão, investidores repercutem decisões de política monetária nos EUA e na Europa. Na cena interna, expectativa de que alterações na Lei das Estatais enfrentem resistência no Senado ajudam ações dessas empresas

Painel mostra desempenho das empresas na bolsa brasileira - Foto: Amanda Perobelli/Reuters
Painel mostra desempenho das empresas na bolsa brasileira - Foto: Amanda Perobelli/Reuters

A volatilidade que tomou os mercados ontem dominou a Bolsa também no começo desta quinta-feira (15), enquanto investidores acompanham as negociações envolvendo a PEC da Transição na Câmara e a mudança na Lei das Estatais no Senado, assim como o julgamento das emendas de relator no Supremo Tribunal Federal (STF).

O Ibovespa abriu no campo negativo, reflexo da cautela dos agentes. As commodities também ficarão no radar, após dados econômicos negativos da China, mas sinalizações de estímulo no país.

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Porém, com novidades políticas acerca da Lei das Estatais e da tramitação da PEC da Transição, o humor do mercado mudou e o principal índice da Bolsa firmou posição no campo positivo.

Com as atenções voltadas para o cenário político doméstico, o Ibovespa fechou a sessão de hoje praticamente estável, ignorando, em parte, o forte movimento vendedor que se fez sentir nas bolsas de Nova York. Investidores locais receberam com otimismo contido as notícias de que a PEC da transição e o projeto que altera a Lei das Estatais encontram dificuldades de aprovação na Câmara e no Senado, respectivamente.

No fim da sessão, o referencial local registrou leve queda de 0,01%, aos 103.738 pontos. Na mínima intradiária, o índice à vista tocou os 103.014 pontos, e, na máxima, os 105.483 pontos.

Em Nova York, o S&P 500 caiu 2,49%, aos 3.895 pontos, Dow Jones fechou em queda de 2,25%, aos 33.202 pontos e Nasdaq oscilou negativamente em 3,23%, aos 10.810 pontos. Leia completo NY: Bolsas fecham em queda com temores de recessão.

Dólar fecha em alta com ajuda do exterior

O dólar fechou a sessão de hoje em alta, em dia em que a moeda americana se fortaleceu ante as principais divisas do planeta, em meio à uma preocupação pelo aperto monetário simultâneo de grandes bancos centrais. No Brasil, a preocupação continua sendo a incerteza acerca dos projetos em andamento no Congresso.

Votação da PEC da Transição

Ontem, havia expectativa de que a PEC da Transição pudesse ser votada hoje na Câmara dos Deputados, no entanto, o Valor apurou que ainda há alguns empecilhos que podem atrasar a agenda da votação do projeto, e é possível que ele seja apreciado apenas na terça-feira da semana que vem.

Um deles é a continuação do julgamento do STF sobre as emendas do relator, o orçamento secreto, que também está prevista para hoje. Ontem, a relatora do caso na corte e presidente do STF, ministra Rosa Weber, votou para derrubar o atual modelo de distribuição. Após votar, ela encerrou a sessão, e a expectativa é de retomada hoje.

Lira (PP-AL) tem sinalizado preocupação com a resistência de algumas bancadas a aprovar a PEC, com a análise podendo ficar para a próxima semana.

Exterior

No cenário internacional, os mercados globais começaram o dia pressionados após o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, enfatizar ontem a necessidade de estabilizar os preços e sinalizar que os juros podem demorar mais para cair do que o mercado esperava.

Hoje, o Banco da Inglaterra elevou os juros em 0,5 ponto porcentual, para 3,5%. O Banco Central Europeu (BCE) informa sua decisão de política monetária às 10h15 (de Brasília).

Na China, as vendas do varejo caíram 5,9% em novembro frente ao mesmo mês do ano anterior, e a produção industrial cresceu 2,2% na mesma comparação, uma desaceleração frente aos 5,0% de outubro. Mesmo assim, o minério de ferro subiu 3,2% na bolsa de Dalian, aos 830 yuans (cerca de US$ 119 a tonelada) com a expectativa de novos incentivos econômicos do país asiático.

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