Mercado hoje: Ibovespa fecha em queda com incertezas fiscais no radar; Dólar encerra o dia praticamente estável
Principais pontos no radar são a PEC da Transição, que pode ser apresentada hoje pelo grupo de Lula, e o pedido de anulação de votos pelo partido de Bolsonaro
As incertezas fiscais voltaram a dominar as atenções dos investidores locais nesta quarta-feira, levando os juros futuros ao seu maior patamar desde 2016 e empurrando novamente as ações ligadas à economia doméstica ao terreno negativo.
Nos últimos minutos da sessão, o índice eliminou parte das perdas acumuladas no dia, acompanhando parcialmente a melhora dos índices de Nova York. Investidores globais analisam a ata da última reunião de política monetária do Fed.
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Após ajustes, o referencial local registrou queda de 0,18%, aos 108.841 pontos. Na mínima intradiária, tocou os 107.902 pontos, e, na máxima, os 109.285 pontos.
Em Nova York, o S&P 500 avançou 0,59%, aos 4.027 pontos, Dow Jones registrou ganhos de 0,28%, aos 34.194 pontos e Nasdaq oscilou positivamente em 0,99%, aos 11.285 pontos.
Dólar fecha o dia praticamente estável
Após um pregão em que oscilou entre leves altas e quedas ante o real, o dólar encerrou o dia próximo da estabilidade, com recuo de 0,05%, negociada a R$ 5,3734 no mercado à vista. O cenário político doméstico foi o destaque do dia, com os agentes monitorando principalmente as movimentações em torno da PEC da Transição.
Ao mesmo tempo, falas do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em evento mais cedo, também foram monitoradas, assim como a divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve (Fed, banco central americano), durante a tarde.
O documento do Fed mostrou que a maioria dos integrantes da autoridade monetária prevê uma desaceleração do ritmo de alta de juros “em breve”, conforme precificado pelo mercado, o que fez o dólar recuar mais no exterior e as bolsas americanas ampliarem os ganhos.
Na mínima do dia, o dólar foi a R$ 5,3442 e, na máxima, a R$ 5,4117. No fim do dia, o índice DXY, que mede a força do dólar ante uma cesta de seis divisas principais, operava em queda de 1,06%, aos 106,083 pontos.
Apresentação de projeto da PEC da Transição é adiado
Relator do Orçamento de 2023, o senador Marcelo Castro (MDB-PI) disse que a “PEC da Transição” não será apresentada nesta quarta-feira, como queriam parlamentares do PT, por falta de “consenso”. A proposta de Emenda à Constituição abre espaço no Orçamento de 2023 para promessas de campanha de Lula. Segundo ele, falta um entendimento sobre o tamanho da PEC e a sua duração. PT prevê R$ 175 bilhões acima do teto por 4 anos. Parlamentares querem limitar a R$ 100 bilhões e 2 anos. Leia ‘PEC da Transição’ é adiada por falta de consenso, diz relator do Orçamento.
Pedido de anulação de votos
Ainda no âmbito doméstico, as atenções também ficarão voltadas ao pedido do partido do presidente Jair Bolsonaro, o PL, de anulação de votos em 279.336 urnas usadas no segundo turno.
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, afirmou que as urnas ao qual o partido atribuiu “mau funcionamento” foram usadas tanto no primeiro quanto no segundo turno, e determinou que o PL esclareça, em até 24 horas, se pretende continuar com o pedido.
O TCU e diversas missões internacionais de observação eleitoral já atestaram a confiabilidade do processo eleitoral brasileiro.
A possibilidade de “terceiro turno” e contestação dos resultados é vista negativamente pela maior parte dos investidores, e fez os ativos brasileiros aprofundarem as perdas quando foi anunciada durante o pregão de ontem.
A palestra do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, às 12h30, em evento da BlackRock Brasil, também será acompanhada com atenção.
Cenário externo
No exterior, as atenções estão voltadas principalmente para a ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), que o Federal Reserve publica hoje às 16h (de Brasília). O documento deve ajudar a balizar as projeções do mercado, que hoje são de queda no ritmo de aperto monetário a partir de dezembro.