Mercado hoje: Ibovespa interrompe sequência de altas e dólar fecha a R$ 5,20

Mercado adia queda dos juros em 2023 e vê Selic em 12%

Sede da B3, a bolsa de valores brasileira. Foto: Divulgação/B3
Sede da B3, a bolsa de valores brasileira. Foto: Divulgação/B3

Num pregão de baixa liquidez em razão de feriados nos Estados Unidos e na Europa após o Natal, o Ibovespa fechou em queda nesta segunda-feira. O índice local foi pressionado por embolso de lucros, após ganhos expressivos acumulados na semana passada, e pela alta dos juros futuros, causada pela desancoragem nas expectativas de inflação, conforme mostrou o boletim Focus pela manhã.

Após ajustes, o índice terminou em queda de 0,87%, aos 108.738 pontos. A mínima intradiária foi de 108.309 pontos, enquanto a máxima alcançou os 109.755 pontos. O volume de negócios para o índice no dia foi de R$ 8,14 bilhões.

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Dólar

O otimismo com os ativos brasileiros visto na semana passada, que gerou forte valorização do real, deu espaço a uma correção dos excessos no pregão desta segunda-feira no câmbio, em um dia de liquidez reduzida, já que o feriado do Natal deixou fechados os mercados americanos e europeus. Enquanto os riscos fiscais permanecem no radar dos participantes do mercado, que aguardam, ainda, a indicação do ministro do Planejamento do futuro governo, a sazonalidade também jogou contra o real, diante de remessas para o exterior, que geraram demanda por dólar à vista e pressionaram o dólar “casado”.

No fim da sessão desta sexta-feira, a moeda americana era negociada a R$ 5,2089 no mercado à vista, em alta de 0,84%, enquanto o dólar futuro para janeiro avançava 0,54%, para R$ 5,2080, por volta de 17h05. Em alguns momentos do dia, o dólar “casado”, que é a resultante da diferença entre o futuro e o “spot”, chegou a operar negativo, o que atesta a maior demanda pelo dólar comercial. O “casado” só costuma ficar negativo às vésperas da formação da Ptax do fim do mês.

Leia completo Dólar sobe após mercado reduzir projeções para inflação e PIB.

Cresce projeção para inflação em 2023

Divulgado na manhã desta segunda-feira, o Boletim Focus é o principal destaque do dia na agenda de indicadores e eventos.

O relatório, porém, não trouxe boas notícias ao se avaliar as perspectivas para a economia brasileira.

O ponto-médio das projeções dos economistas de mercado para o IPCA de 2023 subiu de 5,17% para 5,23% e houve um descolamento ainda maior da meta em prazos mais longos.

 A mediana das projeções para a inflação de 2024 subiu de 3,50% para 3,60%, enquanto o ponto-médio das previsões para o IPCA de 2025 subiu de 3,10% para 3,20%.

Selic

Além disso, o mercado agora passa a esperar que a Selic encerre 2023 em 12%, uma alta de 0,25 ponto percentual em relação à mediana das estimativas divulgada no Focus da semana anterior.

E, após uma semana de forte retirada de prêmio de risco da curva, a piora nas perspectivas inflacionárias ao se olhar para os anos à frente pode voltar a afetar o mercado de juros.

Os números do Focus, assim, ofuscam a recuperação da confiança do consumidor, que subiu de 85,3 para 88,0 pontos em novembro, em um resultado gerado, em especial, pelo índice de expectativas, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV).

Política

Ainda no foco dos agentes está a composição do corpo de ministros do governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os participantes do mercado observam com atenção o nome dos cotados para o Ministério do Planejamento.

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