O último pregão de 2022 começou com alta no Ibovespa, mas o noticiário político promoveu volatilidade e fez o índice virar para o negativo. A Bolsa fechou com perda de 0,46%, aos 109.734 pontos. Enquanto isso, o dólar terminou a R$ 5,2780, depois de subir 0,47%.
Alexsandro Nishimura, economista e sócio da BRA BS, diz que a queda no Ibovespa se acentuou com a divulgação dos últimos nomes que vão assumir os ministérios no governo Lula e por falas do presidente eleito que sugeriram controle dos preços dos combustíveis.
O Dow Jones subiu 345,09 pontos, ou 1,05%, para 33.220,80, recuperando quase a totalidade das perdas da sessão anterior. Já o S&P 500 ganhou 1,75% para fechar em 3.849,28. O índice Nasdaq, que reúne majoritariamente as empresas de tecnologia, subiu 2,59% para 10.478,09.
O Dow e o S&P estão ligeiramente mais altos na semana, em 0,05% e 0,12%, respectivamente. O Nasdaq está a caminho de uma perda de 0,19%.
Entre as ações negociadas em Wall Street, destaque hoje para a Apple, que recuperou valor após quatro dias consecutivos de perdas, subindo 2,83%.
Dólar fecha último pregão de 2022 em alta
O dólar comercial encerrou o último pregão de 2022 em alta, diante da liquidez reduzida dos pregões de fim de ano e de . Mesmo assim, o real conseguiu acumular ganhos contra a divisa americana ao longo do ano, em um cenário oposto ao observado em boa parte das principais moedas globais.
No fim da sessão, o dólar comercial era negociado em alta de 0,47% no segmento à vista, negociado a R$ 5,2780, enquanto o contrato mais líquido do dólar futuro, para fevereiro, registrava ganhos de 0,19%, aos R$ 5,3145. Nas mínimas do dia, a divisa americana chegou a furar a barreira dos R$ 5,20, negociada a R$ 5,1900.
Com a alta de hoje, a moeda americana anotou ganhos 2,18% ante o real na semana e 1,47% no mês de dezembro.
No acumulado de 2022, no entanto, a divisa americana registrou queda de 5,32% contra a brasileira, o que coloca a performance da moeda brasileira entre as mais positivas frente ao dólar no ano, dentre as principais divisas acompanhadas pelo Valor.
Mercados europeus fecham em alta
Em dia de baixa liquidez, as principais bolsas da Europa fecharam no positivo, tentando recuperar perdas recentes. Em Londres, o FTSE 100 subiu 0,21%. Já em Paris, o CAC 40 teve alta de 0,97%.
Em Milão, o FTSE MIB ganhou 1,20%, enquanto o Ibex 35, de Madri, somou 0,74%.
O índice DAX, de Frankfurt, terminou com alta de 1,05%.
Notícias de novos surtos da covid-19 na China levaram papéis de companhias aéreas europeias a caírem: a Lufthansa perdeu mais de 3%, ao passo que a proprietária da British Airways (IAG) caiu 0,32%.
Lula define escalação final de seus 37 ministérios
Entre eles, a senadora Simone Tebet (MDB) para o Planejamento e Marina Silva (Rede) que voltará a chefia do Meio Ambiente após 14 anos. Sonia Guajajara (PSOL-SP) assume o ministério dos Povos Indígenas. O senador Carlos Fávaro (PSD-MT), a Agricultura, e o senador Alexandre Silveira (PSD-MG), Minas e Energia.
Diante da insatisfação de deputados do PSD pela escolha de dois senadores, Lula entregou à legenda de Gilberto Kassab um terceiro ministério, a Pesca, que ficará com o deputado federal André de Paula (PSD-PE).
Já o cobiçado Ministério de Integração Nacional ficará com o governador do Amapá, Waldez Góes (PDT), um indicado do senador Davi Alcolumbre (União Brasil), numa vaga que estava reservada para o União.
Falas de Haddad
“A fala do ministro está na direção correta de se focar nas despesas e benefícios fiscais. O desafio é grande, pois os interesses privados são enormes na questão da concessão de vantagens fiscais para determinados grupos. Será necessária muita força política”, avaliam os profissionais da LCA Consultores.
Seu primeiro teste será a desoneração ou não dos combustíveis da cobrança de PIS e Cofins”, completam.
Ainda, segundo eles, nesse sentido, o apoio de Lula será decisivo. “Até o momento, o presidente eleito da República tem questionado a importância do equilíbrio das contas públicas, ao citar com frequência uma falaciosa oposição entre responsabilidade social e responsabilidade fiscal, afirmam os analistas.
“Essas divergências no discurso em nada contribuem para coordenar as expectativas dos agentes econômicos e reduzir as incertezas. A conferir a partir de 1 de janeiro”, concluem.
China
No âmbito internacional, a China continua no radar. Embora o país tenha anunciado flexibilização de algumas medidas sanitárias impostas para conter a covid-19, o aumento de casos no país causa preocupação e ontem ajudou a pressionar os ativos globais. Hoje, esse debate deve seguir pautando a agenda internacional.
Commodities
Entre as commodities, o minério de ferro registrou alta de 1,6% na bolsa de Dalian, aos 845 yuans (cerca de US$ 121) a tonelada. Já o petróleo Brent para fevereiro recuava 1,29% em Londres, para US$ 82,19 o barril.