O mercado está mais otimista com a performance do Ibovespa, mas entende que as eleições ainda devem impactar os negócios, dizem gestores de 31 fundos latino-americanos, com aproximadamente US$ 94 bilhões bilhões sob gestão, ao Bank of America, na edição de junho do “LatAm Fund Manager Survey”.
Segundo a pesquisa, 48% dos agentes entrevistados acreditam que o índice brasileiro pode alcançar ou ultrapassar os 120 mil pontos até o final de 2022, contra 33% no mês passado. O dado mostra que, apesar da melhora no sentimento, a maior parte dos participantes ainda enxerga o índice abaixo deste patamar.
Nessa linha, os principais riscos citados pelos profissionais são: avanço dos juros nos Estados Unidos, China e commodities e desaceleração da economia americana. Em quarto lugar, ganhando terreno em junho, está a política latino-americana, impulsionada pela eleição brasileira.
Quase 80% dos participantes esperam que o mercado reaja às pesquisas eleitorais e mais de 60% estão preocupados com as eleições em si. “Temos ouvido de investidores que as eleições no Brasil podem não fazer preço, pois os candidatos já são conhecidos e devem caminhar para o centro à medida que as eleições se aproximam. Mas os investidores do Fund Manager Survey dizem o contrário”, aponta o documento.
Com isso, e apesar de uma melhora nas expectativas, os níveis de caixa permanecem próximos às máximas da pesquisa (iniciada em 2018) em 6,8%, contra 7% no mês passado e 4,5% da média histórica. Os níveis de proteção estão ligeiramente acima da média histórica e a tomada de risco ligeiramente abaixo.
“A maioria dos participantes continua dizendo que ativos de “valor’ e commodities terão desempenho superior nos próximos seis meses, com energia e finanças entre os setores com maior alocação. Na outra ponta, aparecem comércio discricionário, bens de consumo, e serviços de comunicação”, diz o texto.
Já no ambiente macro, 81% dizem que o crescimento do PIB do Brasil deve ser maior que 1% este ano, contra 35% no mês passado. As expectativas para a Selic permanecem bastante estáveis, com 71% esperando uma taxa entre 13% e 13,75% no final do ano. Em relação ao real, agentes esperam cotação entre R$ 4,8 e R$ 5,10 ao fim de 2022. E apenas 35% esperam um dólar mais forte em relação aos pares (contra 50% no mês passado).