Resultados do 4º tri das empresas que compõem o Ibovespa devem seguir tendência de piora, diz BofA
Ebitda das companhias que compõem o Ibovespa deve apresentar queda de 1% no ano e de 10% na comparação trimestral
As empresas que compõem o Ibovespa devem apresentar queda de 1% no lucro por ação do quarto trimestre, na comparação anual, e de 7% sobre o terceiro trimestre, diz o Bank of America (BofA). A Vale é a grande responsável pela retração no lucro, mitigada parcialmente pelo avanço das empresas de energia, aponta o banco.
Os analistas David Beker, Paula Andrea Soto e Carlos Peyrelongue escrevem que as receitas devem subir 10% em um ano e cair 1% sobre o período encerrado em setembro. Já o resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) deve apresentar queda de 1% no ano e de 10% na comparação trimestral.
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Retirando as empresas de materiais básicos do Ibovespa, incluindo Vale, o lucro por ação cresce 13% em um ano, enquanto as receitas aumentam 14% e o Ebitda sobe 10%. Na comparação com o terceiro trimestre, a queda no lucro por ação seria de 1%, enquanto a das receitas de 2% e o Ebitda teria retração de 12%.
Em uma avaliação sem as empresas de materiais básicos e do setor de energia, ou seja, excluindo Vale e Petrobras, o lucro por ação cairia 3% em um ano, enquanto receitas sobem 6% e Ebitda avança 4%. Na comparação trimestral, o lucro por ação subiria 10%, com receitas avançando 1% e Ebitda 5%.
O banco aponta que os resultados devem ser impulsionados pelo setor financeiro, com métricas de crédito ainda robustas, mitigando provisões por inadimplência. Tecnologia e comunicações também devem ser setores com resultados positivos no quarto trimestre.
Materiais básicos devem ter resultados mistos, com mineradoras se beneficiando da reabertura da China, enquanto preços mais baixos do aço pressionam siderúrgicas. Papeleiras devem ter resultados ainda robustos, mas com queda sequencial nos preços da celulose.
Em petróleo e gás, os preços ainda elevados devem sustentar boa comparação anual, apesar de retração ante o terceiro trimestre. Distribuidoras de combustíveis devem ter bons resultados, enquanto as margens da Braskem devem continuar sentindo a redução dos spreads petroquímicos.
No lado contrário, frigoríficos devem ter resultados pressionados por redução no consumo de carne bovina, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. O varejo também deve ter resultados ruins, com inflação de alimentos e renda da população reduzida sendo pontos de atenção.
Mineradoras são destaque no setor de commodities
As mineradoras devem ter os melhores resultados no quarto trimestre entre as companhias que lidam com materiais básicos, com CSN Mineração, Vale e Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) como os principais destaques positivos na temporada, diz o Santander.
Os analistas Rafael Barcellos e Arthur Biscuola escrevem que as mineradoras serão impulsionadas por melhores volumes de venda do minério de ferro e preços realizados mais altos, com a commodity se mantendo em torno dos US$ 100 a tonelada, impulsionada pela recuperação gradual na economia da China.
O banco estima que a Vale deve registrar produção de 80 milhões de toneladas de minério de ferro no quarto trimestre, com preço realizado em US$ 95 a tonelada, gerando um resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de US$ 5,1 bilhões.
Do lado contrário, siderúrgicas devem ter resultados ruins, com Usiminas e Gerdau como destaques negativos. Os fundamentos do setor está se deteriorando, com menor preço do aço plano e longo no Brasil, além de menores volumes e alta nos custos, o que deve pressionar os números.
As papeleiras devem ter resultados sem grandes surpresas, nota o Santander, com a celulose se mantendo em níveis elevados, mitigando parcialmente as pressões de custo, com as perspectivas que as companhias darão para o ano sendo mais importantes do que os preços em si.