IF Hoje: IPCA de maio pode elevar expectativa de corte antecipado da Selic

Desaceleração da inflação deve ser puxada principalmente pelos recuos nos preços da gasolina e dos alimentos

Alimentos e passagens aéreas foram os itens que pesaram na aceleração da inflação no fim de 2023; alta de preços saiu de 0,28%, em novembro, para 0,56% em dezembro. Foto: Ricardo Moraes/Reuters
Alimentos e passagens aéreas foram os itens que pesaram na aceleração da inflação no fim de 2023; alta de preços saiu de 0,28%, em novembro, para 0,56% em dezembro. Foto: Ricardo Moraes/Reuters

Os agentes financeiros acompanham nesta quarta-feira (7) os dados do IPCA (Índices de Preços ao Consumidor Amplo) de maio, que serão publicados às 9h pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O mercado espera uma desaceleração da taxa de inflação a 0,33% ante 0,61% da leitura de abril, conforme as projeções do Broadcast, do Estadão.

No acumulado em 12 meses, o IPCA deve recuar a 4,03% contra 4,18% de abril. O corte no preço da gasolina e a desaceleração de alimentos devem puxar o alívio da inflação em maio.

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Uma queda acima do consenso pode alimentar as perspectivas de o Banco Central antecipar o ciclo de cortes da Selic para agosto. A maior parte das previsões do mercado aponta para o começo da redução dos juros a partir da reunião de setembro do Copom (Comitê de Política Monetária).

Na véspera, a deflação de 2,33% do IGP-DI (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna) reforçou a expectativa de desaceleração considerável do IPCA de maio. Além disso, declarações de diretores do BC e do próprio presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, dão indícios de que a Selic deverá cair logo.

Campos Neto disse que o cenário “clareou” com as revisões das projeções de PIB (Produto Interno Bruto) para cima e IPCA para baixo, e que as expectativas do mercado para a inflação de longo prazo devem cair. Vale lembrar que o BC tem mencionado a ancoragem das expectativas no longo prazo como um dos fatores que podem abrir caminho para a queda dos juros.

Cenário favorável para ativos domésticos

O quadro inflacionário em desaceleração e a Selic prestes a cair são pontos positivos para as ações da economia doméstica. Na sessão de terça-feira (6), construtoras, aéreas e varejistas figuraram entre as principais altas. Pesaram a favor também as medidas do governo para estimular o consumo, como o programa para derrubar os preços dos carros populares e o Desenrola, para resolver dívidas da baixa renda.

Reforma tributária

A semana também tem sido positiva olhando para a agenda política. Depois do avanço da pauta fiscal, foi apresentado, na terça-feira (6), na Câmara dos Deputados o relatório sobre a reforma tributária.

O grupo de trabalho finalizou o relatório com as principais definições a comporem a proposta da reforma tributária, que o governo vai tentar emplacar no Congresso. Entre as principais inovações da proposta está a criação do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) dual, com um sistema de cobrança feito pela União e outro por Estados e municípios. O texto também propõe a unificação de tributos federais (IPI, PIS e Cofins), estaduais (ICMS) e municipais (ISS) sobre consumo, com o objetivo de simplificar o sistema.

Segundo Aguinaldo Ribeiro, o presidente da câmara, Arthur Lira (PP-PB) já se pronunciou favorável a apreciação do texto pela plenário da casa no dia 1 de julho.

Mesmo com os bons ventos domésticos, o feriado de Corpus Christi, na quinta-feira (8), tende a injetar uma dose de cautela nas estratégias na reta final dos negócios do dia.

Agenda do dia (7)

8h: Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) de maio
8h: Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR) de maio
9h: IPCA de maio

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