Juros futuros desabam após IPCA; dólar oscila perto da estabilidade
Investidores acompanham o comportamento da inflação e o impacto no rumo da política monetária
Na esteira de dados abaixo do esperado e uma composição mais favorável do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), as taxas futuras abriram o pregão de sexta-feira registrando uma forte queda ao longo de toda a estrutura a termo da curva de juros, conforme agentes avaliavam os impactos do indicador na trajetória da política monetária conduzida pelo Banco Central (BC). Já o dólar comercial rondava a estabilidade logo após a abertura dos negócios.
Pouco depois de 9h50, a taxa do DI para janeiro de 2023 caía de 11,63% no ajuste anterior para 11,385%; a do DI para janeiro de 2024 recuava de 11,02% para 10,785%; a do contrato para janeiro de 2025 cedia de 10,69% para 10,465%; e a do DI para janeiro de 2027 diminuía de 10,60% para 10,44%.
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Os juros futuros ou juros longos representam a estimativa do mercado para o valor dos juros futuramente. Como o próprio nome diz, a atuação deles ocorre em títulos que possuem vencimento a longo prazo. Eles tem a tendência de ser mais altos do que as taxas de juros atuais, como a taxa Selic e CDI, visto que a incerteza de quem investe em títulos futuros é muito maior.
E, seguindo a lógica do mercado, quanto maior o risco , maior a recompensa. Tomando como exemplo o contrato futuro de juros (DI) com vencimento em 2026. Essa taxa afetará os preços de todos os títulos pré-fixados e até nos preços que os investidores estão dispostos a aceitar nos ativos de renda variável com alvo no ano de 2026. De forma geral, essa taxa seria o prêmio que o mercado exige hoje, diante das expectativas e riscos em relação ao futuro. Isto é, quanto mais o futuro parece incerto, maior tende a ser o juro futuro.
Dólar oscila perto da estabilidade
Enquanto isso, a moeda americana tinha alta de 0,11%, para R$ 5,5790. Na comparação com outras divisas emergentes, o dólar dava sinais mistos, caindo 0,27% contra o rublo russo, operando estável ante o peso mexicano, mas subindo 0,22% diante do rand sul-africano e 1,01% frente a lira turca.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), o IPCA avançou 0,95% em novembro na comparação com outubro, abaixo das expectativas de analistas. A mediana de 37 projeções de consultorias e instituições financeiras compiladas pelo Valor Data apontava para uma desaceleração do IPCA para 1,1%. O maior impacto individual no índice veio da gasolina, com alta de 7,38% e influência de 0,46 ponto percentual na taxa. O instituto também informou que oito das nove classes de despesas registraram desaceleração em novembro.
No acumulado em 12 meses, a taxa subiu 10,74%, também abaixo da mediana da expectativa do mercado, de 10,9%.