iPhone 14: Apple (AAPL34) congela preço para segurar vendas; BDRs em baixa

BDRs da Apple estão em trajetória de baixa; empresa conta com a China para manter resultados positivos

iPhone 14 e iPhone 14 Plus — Foto: Reprodução/Apple
iPhone 14 e iPhone 14 Plus — Foto: Reprodução/Apple

Os últimos iPhones da Apple tiverem seus preços congelados em alguns dos principais mercados do mundo, como Estados Unidos e China. A proposta é atrair o interesse dos consumidores chineses, mantendo o aumento da participação da empresa no mercado local, além de proteger sua fatia no mercado americano.

Muitos analistas esperavam que a empresa usasse seu lançamento anual de produtos, que aconteceu na última quarta-feira (8) como uma ocasião para aumentar os preços em geral. Em vez disso, os preços iniciais de seus modelos permaneceram os mesmos, com o iPhone 14 comum custando cerca de US$ 800.

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Preços congelados

Mesmo em uma crise de custo de vida, os clientes abastados ainda estão abrindo suas carteiras. Manter os preços enquanto a inflação aumenta os custos parece um valor positivo que a Apple pode oferecer por ter maior controle de sua cadeia de suprimentos, incluindo o design de microchips.

O que pode ser visto como um gesto de boa vontade remove um motivo para não atualizar os aparelhos, já que a empresa busca proteger sua franquia de US$ 200 bilhões, que responde por metade das vendas do grupo 15 anos depois de vender seu primeiro celular.

A Apple vem ganhando participação sobre os rivais do Android nos Estados Unidos, mas globalmente ainda está atrás dos volumes da Samsung de alguma forma. Alguns analistas acham que a Apple é vulnerável à recessão, e as ações vêm perdendo altitude desde meados de agosto, em comum com a queda da Nasdaq.

A empresa de consultoria Gartner espera que os embarques globais de smartphones caiam 5,8% este ano, e 2023 não será melhor, com o braço de chips da Samsung compartilhando uma perspectiva pessimista.

Esse é o ano em que os fãs da Apple esperam ver a estreia de um fone de ouvido de realidade mista. A afeição pela marca é tanta que também há um forte interesse em um carro da Apple, embora não haja sinal de um prestes a ser lançado.

BDRs

No Brasil, os BDRs da Apple tiveram seu pico em dezembro do ano passado, quando chegaram a valer mais de R$ 100.

Em maio, quando a China anunciou que poderia enfrentar um recuo do PIB pela primeira vez em 30 anos, os BDRs da empresa atingiram seu pior nível no ano, chegando a pouco mais de R$ 66.

A proximidade do lançamento de novos gadgets fez com que as ações voltassem a registrar alta em agosto, chegando a mais de R$ 89, mas em setembro a trajetória voltou a ser de baixa com a possibilidade de a empresa reduzir seus lucros.

Às 10h51 desta quinta-feira (8), os BDRs da empresa estavam avaliados em 80,58 na B3.

Aumento em alguns mercados

No Reino Unido, onde a libra atingiu seu nível mais baixo em relação ao dólar desde 1985, os consumidores devem pagar até 150 libras esterlinas (US$ 172) a mais por um iPhone 14 Pro em comparação com o preço do dispositivo principal do ano passado.

Maçã no cardápio chinês

Mesmo em meio ao aumento das tensões entre Estados Unidos e China sobre comércio e Taiwan, conquistar o favor dos consumidores chineses continua sendo uma prioridade para a Apple.

A China respondeu por mais de um sexto das vendas da Apple no trimestre de abril a junho, atrás apenas das Américas com 45% e da Europa com 23%.

O diretor-presidente da Apple, Tim Cook, aproveitou a oportunidade na quarta-feira (7), dia do lançamento do iPhone 14, para fazer um gesto amigável em relação à China, postando em sua conta de mídia social local que a Apple faria doações para as vítimas do terremoto na província de Sichuan.

Versões anteriores

Os iPhones 12 e 13 tiveram um bom desempenho na China, em parte porque a gigante de smartphones do país, a Huawei, foi atingida pelas sanções dos Estados Unidos.

A Apple vendeu 9,9 milhões de iPhones na China no trimestre de abril a junho, um aumento de 25% em relação ao ano anterior, apesar de um declínio de 10% no mercado geral de smartphones do país, disse a empresa de pesquisa de mercado Canalys.

Concorrência pesada

A Apple enfrenta muita concorrência chinesa. Durante os problemas da Huawei, marcas locais como Oppo e Vivo entraram em cena com modelos que oferecem recursos como câmeras de alta qualidade e baterias mais duradouras, disse Amber Liu, analista da Canalys.

“Eles acham que a mudança para o segmento de ponta é o único caminho para a lucratividade e o crescimento sustentável”, disse ela.

Liderança na China

A Honor Device, fabricante de telefones que anteriormente fazia parte da Huawei, mas agora é independente, foi a principal vendedora de smartphones na China no segundo trimestre deste ano, seguida de perto por outras marcas locais como Oppo e Vivo, segundo a Counterpoint Research.

A Apple ficou em quinto lugar com uma participação de mercado de 13%.

Huawei organiza a casa

A Huawei está se organizando para retornar ao mercado com grande pompa, embora ainda não possa oferecer telefones com serviço 5G devido a sanções dos Estados Unidos.

A empresa apresentou seus mais recentes smartphones dois dias antes do anúncio da Apple e superou a empresa americana na exibição de telefones com comunicação via satélite.

Os telefones podem se comunicar diretamente com satélites acima da Terra para enviar mensagens de emergência mesmo em áreas não cobertas por torres de celular.

Huawei x Apple

Os telefones da Huawei funcionam com o sistema de navegação por satélite desenvolvido internamente na China, enquanto a Apple disse que seu serviço de satélite estará disponível inicialmente nos Estados Unidos e no Canadá.

“Estamos determinados a construir uma marca de alta qualidade”, disse Richard Yu, chefe de negócios de consumo da Huawei.

Índia como aposta

A Apple também está mirando a Índia, que até recentemente não passava de um asterisco em suas vendas globais, mas que desponta como um mercado em crescimento.

A Apple espera que a Índia, que tem laços mais amigáveis com os Estados Unidos, possa eventualmente se aproximar do status da China como um importante mercado global e centro de produção, embora esse objetivo ainda esteja muito distante.

Com mais de 1,3 bilhão de pessoas, perdendo apenas para a China, a Índia é o segundo maior mercado de smartphones do mundo, mas as marcas de baixo preço dominaram por lá.

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