Latam recebe sinal verde da Justiça para votar plano de recuperação judicial

Entre outras propostas alternativas, a companhia quer afastar a chance de ter toda a sua operação comprada pela Azul

Foto: Divulgação
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A Latam e suas afiliadas no Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Peru e Estados Unidos obtiveram na segunda-feira a autorização do corte de Nova York para votar o Plano de Reorganização apresentado pela empresa, no dia 26 de novembro do ano passado, dentro do processo do chapter 11 (lei de recuperação judicial nos Estados Unidos).

“Dessa forma, a expectativa é que nas próximas semanas se inicie o processo de votação do Plano de Reorganização (Período de Solicitação), período durante o qual se buscará a sua aprovação. Isso representa um passo fundamental para a saída da Latam do Capítulo 11”, disse a empresa, em nota.

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Segundo a empresa, o tribunal também marcou a Audiência de Confirmação para os dias 17 e 18 de maio de 2022, quando a Corte avaliará o plano de reorganização, sendo este o último marco do processo nos Estados Unidos. A Latam espera sair com sucesso do Capítulo 11 durante o segundo semestre de 2022.

Na semana passada, a Latam conseguiu aprovação da Justiça americana, em Nova York, para refinanciar os recursos capturados com investidores, credores e acionistas via ferramenta DIP (“debtor in possession”) no Chapter 11. O financiamento via DIP venceria em abril, mas a empresa conseguiu um novo montante de US$ 3,7 bilhões junto aos mesmos financiadores da proposta anterior. O novo empréstimo vence em outubro deste ano.

Na tranche A, o recurso foi garantido pelo JP Morgan, com um total de US$ 2 bilhões. Já na tranche C entraram os acionistas importantes da Latam: Delta, Qatar e a família Cueto, além de credores quirografários.

Segundo fontes que acompanham a negociação, a Latam levantou o recurso e inicialmente irá acessar somente US$ 2,7 bilhões desse total – que serão usados para pagar as pendências que venceriam em abril.

O grupo conseguiu avançar ainda com detalhes acerca do aumento de capital após a conclusão do processo, que deve representar um total de US$ 5,4 bilhões em novos recursos. O modelo foi alvo de duras críticas durante o processo, uma vez que estipulava preferência aos atuais acionistas na subscrição de dívidas em ações, seguindo a lei chilena e na contramão da norte-americana, que joga a preferência aos credores. Os atuais acionistas (Delta, Qatar e a família Cueto) devem alcançar uma participação na casa de 27% na nova Latam após o processo, embora esse percentual possa variar de acordo com a subscrição – além disso, após o fim do processo, nada impede que estes acionistas voltem a elevar sua participação na empresa.

Com o sinal verde, assim como mais capitalizada e após a postergação do pagamento do DIP, cada vez mais a Latam afasta a possibilidade de uma proposta alternativa, como tem ventilado a concorrente Azul, que tenta comprar a empresa chilena. A Latam tem sinalizado que sua atual proposta tem cerca de 70% de apoio de credores quirografários, o que seria mais do que suficiente para avançar com o plano e fechar a janela de propostas alternativas.

Com Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico

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